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1.
Saúde Soc ; 23(3): 993-1006, Jul-Sep/2014.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-725819

RESUMO

As zoonoses ocupam importante lugar entre as causas de adoecimento no Brasil. A revisão histórica das diretrizes dos programas governamentais de controle destas enfermidades revela avanços, mas a sua operacionalização no âmbito estadual e municipal depende de fatores socioambientais, institucionais e epidemiológicos. Esta pesquisa objetiva analisar as práticas educativas desenvolvidas por agentes de combate a endemias (ACEs), a partir de um estudo de caso numa região de Belo Horizonte, MG. A investigação envolveu análise documental, dois meses de observação participante da rotina de trabalho dos agentes e entrevistas com 16 ACEs e dois coordenadores do serviço. A região apresentou diversos elementos ambientais, socioeconômicos e culturais associados à ocorrência de zoonoses, mas tais fatores não foram considerados nas orientações dos ACEs aos moradores. Nas ações educativas, predomina a transmissão de informações técnico-científicas relacionadas ao controle de focos, criadouros de vetores e reservatórios de zoonoses; os saberes e a lógica popular não são valorizados. Apesar da centralidade do papel educativo dos ACEs no discurso institucional, as atividades educativas dos agentes são limitadas diante das lacunas na formação profissional, na estrutura organizacional do serviço e no modelo de gerenciamento, pautado em indicadores quantitativos de produtividade. Para compreender a resistência da população ao discurso técnico-científico e incrementar as atividades educativas dos ACEs, é preciso mudar a organização do serviço e desenvolver cursos de formação dos ACEs, centrados na multideterminação do processo saúde-doença, na importância do contexto socioeconômico e ambiental no controle das zoonoses e na educação participativa...


Zoonoses have an important place among illnesses’ causes in Brazil. A historical review of governmental programs guidelines to control such diseases reveals advances, but their implementation at the municipal and state level depends on socio-environmental factors and on institutional and epidemiological characteristics. This research aims to analyze the educational practices developed by agents that fight endemic diseases (ACE) through a case study in one of Belo Horizonte’s burroughs, MG. The research involved documental analysis, two months of observation of ACE work and interviews with 16 ACE and two coordinators of the service. The region presented several environmental, socioeconomics and cultural elements associated with the occurrence of zoonoses, but these factors were not considered by ACE. The educational activities’ developed by them were based on the transmission of technical-scientific information related to the control of zoonoses’ vectors and reservoirs ; the knowledge of the population was not valued. In spite of the central place attributed to ACE’s educational activities in the institutional discourse, those actions are limited by gaps in their training process and by the organizational structure of the service and management model, based on quantitative indicators of productivity. In order to understand the resistance of the population to technical-scientific discourse and to improve ACE’s educational activities it is necessary to review the service organization and to develop a training process for them based on the multiple determinations of health-disease process, on the importance of environmental and socioeconomic contexts in zoonoses control and on participatory education...


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Agentes Comunitários de Saúde , Capacitação de Recursos Humanos em Saúde , Controle de Vetores de Doenças , Desenvolvimento Ecológico , Doenças Endêmicas , Doenças Transmissíveis , Educação em Saúde , Impactos da Poluição na Saúde , Política de Saúde , Zoonoses/prevenção & controle , Fatores Culturais , Fatores Socioeconômicos , Pesquisa Qualitativa , Processo Saúde-Doença , Urbanização
2.
Rio de Janeiro; s.n; 2012. 171 p. mapas, tab, graf.
Tese em Português | LILACS | ID: lil-663575

RESUMO

Embora o convívio com animais de estimação gere benefícios à saúde humana, os desequilíbrios nesta relação e o excedente populacional de cães podem facilitar a ocorrência de problemas de saúde, em virtude do envolvimento dos animais na cadeiade transmissão de doenças, casos de agressões, acidentes de trânsito e impactos ambientais. A revisão das diretrizes dos programas governamentais de controle dezoonoses e manejo da população canina desde a década 1980 revela avanços, mas a operacionalização das mesmas no âmbito estadual e municipal depende de fatores socioambientais, institucionais e epidemiológicos. Com intuito de contribuir com as reflexões acerca do tema, o presente estudo analisou as práticas educativas de agentesde combate a endemias (ACE) de um serviço de controle de zoonoses em BeloHorizonte. A partir de abordagem qualitativa, foram caracterizados o contexto socioeconômico e ambiental do território, a ocorrência de zoonoses e a estrutura de funcionamento do serviço a partir de análise de documentos oficiais, de observação participante da rotina de trabalho dos ACE entre maio e julho/2012 e de entrevistas com16 ACE e dois coordenadores do serviço. Apesar de o discurso institucional ratificar a centralidade do papel educativo dos ACE, a falta de investimento na formação dosagentes, a organização do serviço em torno de agravos e o modelo de gerenciamento pautado em indicadores de produtividade limitam as atividades educativas dos ACE.


As orientações aos moradores durante as visitas domiciliares são norteadas por uma concepção normativa da educação em saúde associada ao modelo biomédico hegemônico, caracterizadas pela transmissão de informações técnico-científicas e pelo controle de focos e criadouros de vetores e reservatórios de zoonoses, não sendovalorizados o conhecimento e as lógicas populares; e as implicações socioeconômicas no desenvolvimento de doenças. A revisão da forma de organização do serviço e osinvestimentos na formação dos ACE, centrados na multideterminações do processo saúde-doença, nos fundamentos educacionais dialógicos e participativos e na importância do contexto socioeconômico e ambiental no controle das zoonoses, podemcontribuir para o entendimento das dificuldades e resistências populares ao discurso técnico científico e para a revisão das atividades educativas desenvolvidas pelos ACE.


Assuntos
Humanos , Animais , Cães/parasitologia , Doenças Endêmicas/prevenção & controle , Educação em Saúde , Pessoal de Saúde/educação , Zoonoses/transmissão
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