Tumor de células gigantes da bainha tendinosa no nível dos dedos: exérese através da incisäo circunferencial / Giant cell tumor of the tendon sheath of the hand: treatment of 25 cases with the circumferential incision

Tumor de células gigantes da bainha tendinosa (TCGBT) é o segundo tumor mais freqüente na mäo. O tratamento preconizado é a sua excisäo completa. A remoçäo incompleta do tumor e a presença de lesões satélites näo identiticadas estäo relacionadas com a recorrência. Os autores preconizam a utilizaçäo de uma incisäo circunferencial visando melhor abordagem ao tumor e a proteçäo dos pedículos vasculonervosos. Säo apresentados os resultados de uma série de 25 casos de TCGBT tratados com excisäo completa utilizando a incisäo circunferencial. A maioria dos pacientes era do sexo feminino, com idade média de 53 anos; o tempo de seguimento médio foi de 60 meses. Näo se observou necrose parcial ou total da incisäo preconizada e, até o momento, recorrência do tumor

Fixação intramedular nas fraturas do colo dos metacarpianos / Intramedullary fixation of metacarpal neck fractures

As fraturas dos metacarpianos podem ser tratadas por múltiplos métodos, incluindo redução fechada e imobilização, fios de Kirschner, fios intramedulares, fixadores externos, placas e parafusos. Os autores apresentam os resultados do tratamento da fratura do colo dos metacarpianos em 22 pacientes (24 fraturas) com a técnica de fios intramedulares. Nesta série, a maioria dos pacientes era do sexo masculino (72,7 por cento) com idade média de 24 anos. O mecanismo do trauma mais freqüente foi o frontal com fIexão máxima do dígito (tipo boxer), sendo, por esta razão, o quinto metacarpiano o mais acometido. A angulação média no plano sagital no pré-operatório foi de 50°, variando de 35° a 70°. Em 91 por cento dos casos não foi utilizada imobilização pós-operatória, sendo a mobilidade ativa iniciada precocemente. A fixação intramedular proporcionou consolidação em todos os casos, com angulação residual média de 8° (5°-11°), permitindo também uma reabilitação precoce e retorno do paciente às suas atividades o mais breve possível.

Lesão do tendão extensor em zona 1: tratamento ortopédico e cirúrgico / Extensor tendon injury in zone 1: orthopedic and surgical treatment

O tratamento das lesães do tendão extensor digital em sua inserção à falange distal - zona 1 - é controverso. Este estudo analisa retrospectivamente uma série de 35 pacientes com lesão fechada do tendão extenso r em zona 1, no per¡odo de janeiro/93 a julho/97. O tratamento foi ortopédico - conservador - nos pacientes que apresentavam ruptura do tendão extensor com tempo de trauma inferior a 30 dias e naqueles em que a fratura-arrancamento da falange distal correspondia no máximo a 40 por cento da superf¡cie articular associada à lesão tendinosa. O tratamento nos casos de lesães crônicas (evolução superior a 30 dias) foi cir£rgico, segundo a técnica preconizada por Brooks-Graner: a tenodermodese. Os resultados foram significativamente superiores nos grupos de pacientes em que o tratamento ortopédico foi empregado. A amplitude da articulação interfalangiana distal foi em média de 540 contra 400 naqueles de tratamento cir£rgico. Maior tempo de afastamento de suas atividades profissionais foi observado nos pacientes submetidos ao tratamento cir£rgico (35 contra 159 dias). Os autores concluem que o tratamento ortopédico deve sempre ser empregado nas lesães fechadas do tendão extenso r em zona 1, por seu menor déficit funcional e tempo de afastamento da atividade profissional.

A técnica da palma aberta na contratura grave de Dupuytren / The open palm technique in severe Dupuytren contracture

A contratura de Dupuytren consiste em doença fibro-proliferativa que acarreta o espessamento e retração da fáscia palmar, levando invariavelmente ao déficit de extensão digital. A etiologia e a patologia são controversas e várias formas de tratamento foram descritas na literatura. Este estudo tem como objetivo demonstrar a experiência dos autores no tratamento dessa patologia. Em um per¡odo de 48 meses, 30 pacientes foram submetidos à fasciectomia regional. Em todos os casos, utilizou-se a técnica cir£rgica da palma aberta, proposta por McCash. Na totalidade dos pacientes houve acometimento da borda ulnar da mão - anular e m¡nimo. Foram necessários 25 dias, em média (extremos: 20 e 40), para completar a cicatrização cutânea. Obteve-se déficit residual articular médio de 20°, sempre ao n¡vel da articulação interfalangiana proximal.

Reposiçäo + retalho nas amputaçöes digitais distais / Reposition + flap in distal digital amputations

O reimplante é o procedimento terapêutico de escolha nas amputaçöes digitais distais, quando o fragmento amputado está em bom estado. Na impossibilidade da realizaçäo do reimplante, a reposiçäo + retalho poderá ser uma boa opçäo terapêutica. De 1994 a 1997, os autores realizaram 11 reposiçöes + retalho. Desses casos, 6 eram do sexo masculino. A idade variou de 18 a 50 (média de 30 anos). O tempo de seguimento médio pós-operatório foi de 18 meses. Os dígitos envolvidos foram o indicador (5), médio (3) e anular (3). Os retalhos utilizados foram: ilha unipediculado homodigital (9) e Tranquilli-Leali (2). Näo obtiveram diminuiçäo significativa do tamanho digital. Em dois pacientes foram observados 20§ de déficit de extensäo ao nível da articulaçao interfalangiana proximal. A sensibilidade discriminativa "2PD" foi de 9mm, mas a intolerância ao frio foi quase uma constante entre os pacientes (7/11). Os resultados da reposiçäo + retalho nas amputaçöes digitais distais parecem, para os autores, uma boa opçäo terapêutica, pois conseguiram manter o tamanho digital e uma pinça funcional sensível na maioria dos casos.

Artroplastia com implante de silicone nas lesöes pós-traumáticas da articulaçäo interfalangiana proximal / Arthroplasty with silicone implant in post traumatic lesions of the proximal interphalangeal joint

Vinte e três pacientes com lesäo articular pós-traumática da articulaçäo interfalangiana proximal (IFP) foram tratados com substituiçäo articular por implante de silicone do tipo Swanson. A idade variou de 24 a 56 anos, com média de 39. A predominância foi do sexo masculino em 20 pacientes. Em 11, a articulaçäo IFP já havia sido objeto de procedimento cirúrgico prévio. Os dígitos mais afetados foram o 3º em 16 e o 4º em 7 pacientes. A rigidez articular em pré-operatório foi constatada na totalidade dos casos. A via de abordagem foi sempre dorsal. Obteve-se ganho de mobilidade articular passiva (46º) e ativa (40º). Houve um caso de fratura do implante com 60 dias de pós-operatório. O tempo médio para retorno ao trabalho foi de 63 dias e 15 pacientes retornaram ao mesmo tipo de atividade profissional anterior ao trauma.

Carpectomia proximal do carpo na artrose radiescafolunar / Proximal row carpectomy in radio-scaphoid-lunate bone arthrosis

Foram analisados 20 pacientes submetidos a carpectomia proximal do carpo. As seqüelas da pseudartrose do escafóide e necrose avascular do semilunar, acompanhadas sempre de artrose radiescafolunar, foram as indicaçoös em igual número de casos. A melhora significativa da dor, mobilidade e força e retorno à mesma atividade profissional foram observados em 90 por cento dos casos. A carpectomia proximal do carpo poderá ser considerada alternativa terapêutica para pacientes portadores de seqüelas traumáticas do carpo, com artrose radiescafolunar, em que será possível obter melhora funcional comparativamente ao estado pré-operatório.

Retalho desepidermizado dorsal homodigital / Dorsal homodigital depithelialized flap

A face dorsodigital é particularmente vulnerável a traumatismos, por sua localizaçäo e constituiçäo. A cobertura cutânea nessa regiäo deverá autorizar a mobilizaçäo precoce. Neste estudo é proposto o retalho desepidermizado dorsal homodigital (RDDH), vascularizado por ramos dorsais das artérias colaterais palmares. Apresentamos uma série de 21 retalhos em 18 pacientes, predominantemente masculinos (78 por cento), jovens (idade média = 22 anos) e com atividade profissional manual leve (61 por cento). O mecanismo de trauma foi distribuído entre queimadura e esmagamento. A mao dominante foi a mais atingida (72 por cento) e os dígitos mais envolvidos foram o médio e o anular, totalizando 90 por cento dos casos. O RDDH teve sempre como zona doadora o tecido celular subcutâneo imediatamente proximal à perda de substância. Näo testemunhamos, em nenhum caso, necrose parcial ou total do RDDH e obtivemos total integraçäo da enxertia cutânea.

Anafilaxia ao látex como fator de risco cirúrgico em pacientes portadores de mielomeningocele / Latex anaphylaxis as a surgical risk factor in patients with myelomeningocele

Os autores analisam a literatura atual a respeito de uma complicaçäo grave do tratamento cirúrgico de pacientes com mielomeningocele, tecendo comentários sobre o manejo adequado da situaçäo.

Retalho hipotenariano-adiposo na recidiva da síndrome do túnel do carpo / Hypothenarian adipose flap in the recurrence of carpal tunnel syndrome

A síndrome do túnel do carpo (STC) é a patologia compressiva nervosa mais freqüente. O tratamento cirúrgico é empregado quando as medidas conservadoras fracassam. A recidiva da STC é uma situaçäo infreqüente e seu tratamento é invariavelmente à custa de uma dissecçäo meticulosa e difícil do ponto de vista técnico. Foram realizados 15 retalhos; 80 por cento dos pacientes eram do sexo feminino e com idade média de 50,6 anos. O retalho hipotenariano-adiposo (RHA) é vascularizado por ramos da artéria cubital, ao nível do canal de Guyon. A totalidade dos pacientes apresentava agravamento clínica e eletromiograficamente (EMG) compatível com compressäo persistente ao nível do túnel do carpo. O tempo médio entre a primeira e a segunda intervençao foi de 173 dias. Através do RHA obtivemos melhhora clínica e EMG em 86 por cento dos pacientes, com um seguimento pós-operatório médio de 31 meses. A soluçäo empregada parece-nos simples e adequada, tecnicamente, pela resoluçäo satisfatória dos casos e, principalmente, porque näo há maior prejuízo funcional ao paciente.

Vascularizaçäo da articulaçäo interfalangiana proximal / Proximal interphalangeal join vascularization

Os autores apresentam os resultados da dissecçao cadavérica de 100 dígitos. Analisam a vascularizaçao da articulaçao interfalangiana proximal (IFP), através de estudo microscópico, em que foram utilizados látex colorido e poliéster CPLS 1108 adicionado ao carbonato de chumbo; este foi injetado equitativamente 50 veces na artéria colateral radial e ulnal de cada dígito, após a ligadura da artéria colateral oposta ao nível da articulaçao interfalangiana distal (IFD). Na maior parte dos casos, três ramos vascularizam a IFP, com dois sistemas: um proximal e um distal em relaçao à IFP. Os resultados foram: grupo I (2º e 5º quirodáctilos) - a ligadura dos ramos distais ou proximais à artéria acarretou a ausência de coloraçao, respectivamente, dos elementos distais ou proximais à IFP; grupo II (3º e 4º quirodáctilos) - a ligadura dos ramos distais ou proximais à artéria ocasionou coloraçao quantitativamente superior à do grupo I. Este estudo da vascularizaçao da IFP demonstrou diferenças importantes segundo o dígito em estudo e a precariedade do sistema radial do 2º quirodáctilo e ulnal do 5º, proporcionando nova forma de pensar na escolha da via de abordagem cirúrgica dessa articulaçao.

Estudo prospectivo randomizado da força Pós-operatória após diferentes técnicas de liberaçäo do túnel do carpo / Postoperative strenght after surgical release of the carpal tunnel: randomized prospective study

A síndrome do túnel do carpo é patologia freqüente e, na maioria das vezes, necessita tratamento cirúrgico. Estudo prospectivo randomizado de 300 intervençoes utilizou quatro técnicas diferentes: secçao clássica, plastia simples, zetaplastia e secçao endoscópica. Foram analisados aspectos quanto ao sexo, idade, profissao, dor e a força pré e pós-operatória. A zetaplastia apresentou melhores resultados, comparativamente, que a secçao clássica e plastia simples. A secçao endoscópica mostrou-se, aparentemente, superior quanto à força pós-operatória no primeiro mês, igualando-se à plastia em Z a partir do terceiro mês.

Hemangioendotelioma ósseo: relato de uma caso e revisäo de literatura / Bone hemangioendothelioma: report of a case and review of the literature

Os autores relatam um caso de hemangioendotelioma ósseo e tecem comentários sobre sua confusa nomenclatura, diagnóstico, evoluçäo e tratamento, comparando seu caso com os encontrados na literatura. Os autores lembram também a raridade de sua ocorrência