RESUMO
A wild-type yeast that could ferment D-xylose was isolated from the abdominal content of Nasutitermes sp. collected in the Central Amazon rainforest using sugarcane bagasse hemicellulosic hydrolyzate (SBHH) as selective medium. The yeast was identified as Meyerozyma guilliermondii. Its ability to ferment D-xylose was assessed using liquid medium containing Durham tubes. A fermentometer assay showed a low ethanol yield using D-xylose as the carbon source. Cell viability after heat shock and ethanol shock was 39.8% and 56.0%, respectively. Cultivation in SBHH (pH = 5.0) showed its capability to perform saccharification of this substrate, increasing total reducing sugar concentration to 42.6%. The log phase was observed between 36 and 108 hours of cultivation with a highest specific growth rate (µMAX) of 0.10 h-1. After 120 hours, 79.5% of total reducing sugar was consumed giving a biomass yield of 0.52 g/g. The final pH of SBHH (7.6) showed that M. guilliermondii was able to neutralize the acids of this substrate. These results agree with some predictions in the early eighties, which stated that investigations about microbial content of termite guts would provide new tools for bioconversion of lignocellulosic biomass to fuels and other added-value chemicals. This work is the first report for this species associated with termites in the Amazonian habitat.
Uma levedura selvagem fermentadora de D-xilose foi isolada do conteúdo abdominal de Nasutitermes sp., coletado na Amazônia Central usando Hidrolisado Hemicelulósico de Bagaço de Cana-de-açúcar (HHCA) como meio seletivo. A levedura foi identificada como Meyerozyma guilliermondii. Sua capacidade de fermentar D-xilose foi avaliada usando meio líquido contendo tubos de Durham. O isolado demonstrou moderada tolerância ao calor e ao etanol, com viabilidade celular de 39,8% e 56,0%, respectivamente, após submetida a estes fatores limitantes. O ensaio em fermentômetro demonstrou baixo rendimento de etanol usando D-xilose como fonte de carbono. O cultivo em HHCA (pH = 5,0) demonstrou sua capacidade de executar sacarificação e neutralização deste substrato, com aumento da concentração de açúcar redutor total em 42,6% e elevação do pH para 7,6. A fase log foi observada entre 36 e 108 horas de cultivo, com máxima taxa de crescimento específico (µMAX) de 0,10 h-1. Depois de 120 horas, 79,5% do açúcar redutor total foi consumido, com rendimento de biomassa de 0,52 g/g. Estes resultados endossam as predições de alguns autores, os quais propuseram, no início dos anos 80, que a investigação da microbiota intestinal de cupins proveria novas ferramentas para utilização de biomassa lignocelulósica e seus derivados. Este trabalho é o primeiro a reportar a ocorrência de Meyerozyma guilliermondii associada a cupins da Amazônia Central.