RESUMO
O objetivo da investigaçäo foi o de avaliar a precisäo da notificaçäo rotineira na detecçäo de infecçäo hospitalar. Dois métodos de vigilância epidemiológica foram comparados durante três meses consecutivos: a notificaçäo rotinéira e a vigilância ativa, utilizada esta como padräo. Ao todo, 66 recém-nascidos, encaminhados para tratamento especializado ao berçário de alto-risco do Hospital de Base do Distrito Federal, representando 93% do total de internaçöes no período, foram incluídos na análise. Enquanto o sistema de vigilância rotineira baseou-se no preenchimento voluntário das fichas de infecçäo hospitalar pelo médico, por ocasiäo da alta ou do óbito da criança, a busca ativa de casos foi feita, independentemente, duas vezes por semana, com a revisäo dos prontuários e exame dos recém-nascidos internados. A prevalência estimada de infecçäo hospitalar pela notificaçäo rotineira foi de 27,3% e a da vigilância ativa, 30,3%. Embora as prevalências fossem próximas, houve muitas notificaçöes rotineiras falso-positivas e falso-negativas, de modo que a sensibilidade das notificaçöes foi de 60,0% e a especificidade de 86,9%. O valor preditivo positivo foi de 66,7% e o negativo de 83.3%. Os dados coletados pela notificaçäo rotineira apresentaram grandes falhas na consistência dos diagnósticos de infecçäo hospitalar. Embora o período abrangido neste estudo fosse curto, os resultados sugerem que os programas de controle que se basearem unicamente no método de vigilância rotineira poderäo estar gerando taxas incorretas de infecçäo hospitalar e, conseqüentemente, medidas de controle inadequadas