RESUMO
Em seu livro Atenção e interpretação: uma abordagem científica ao insight na psicanálise e no grupo (1970), Wilfred R. Bion propõe uma psicanálise científica, isto é, uma disciplina que consiste em evitar a memória e o desejo. Neste artigo comparo o pensamento do euro-asiático W.R. Bion com o pensamento especulativo dos brâmanes e dos budistas. Partimos da ideia que a copresença de tempos históricos na vida de cada um e das várias sociedades está presente em nós e que essa copresença (ou presença comum) é um chamado à obscuridade do nosso ser e do nosso agir. Esta obscuridade tem sido iluminada por alguns religiosos e/ou filósofos e/ou místicos indianos, Bhartrhari, Gaudapada, Sankara, e estas verdades têm ocupado um lugar nas reflexões de W. R. Bion e na constituição do estatuto da psicanálise científica.
In his book Attention and interpretation: a scientific approach to insight in psychoanalysis and group (1970) Wilfred R. Bion proposes a scientific psychoanalysis, that is, a discipline consisting in avoiding memory and desire. In this paper I compare the Euro-Asian W. R. Bions thinking to the speculative thinking of the Brahmans and the Buddhists. Our starting point is the idea that the co-presence of historic times in each life and of the many societies is present within ourselves, and that this co-presence (or common presence) is a call to the darkness of our being and of our acting. This darkness has been enlightened by some religious people and/or philosophers and/or mystic Indians: Bhartrhari, Gaudapada, Sankara, and these truths have a place in W. R. Bions reflections and in the constitution of the scientific psychoanalysis statute.
En su libro Attention and interpretation. a scientific approach to insight in psychoanalysis and group (1970), Wilfred R. Bion propone el psicoanálisis científico, esto es una disciplina consistente en el evitar la memoria y el deseo. En este trabajo, comparo el pensamiento del euroasiático W. R. Bion con el pensamiento especulativo de los brahmanes y de los budistas. Partiendo de la idea de que la copresencia de tiempos históricos en la vida de cada uno y de las varias sociedades está presente en nosotros y que esta copresencia (o presencia común) es uma llamada a la oscuridad del nuestro ser y del nuestro hacer. Esta oscuridad viene siendo iluminada por algunos religiosos y/o filósofos y/o místicos indianos, Bhartrhari, Gaudapada, Sankara y estas verdades vienen ocupando lugar en las reflexiones de W. R. Bion y en la constitución del estatuto del psicoanálisis científico.