RESUMO
Os movimentos de Ocupação ocorridos no segundo semestre de 2016, no âmbito educacional brasileiro, evidenciaram um cenário em que estudantes passaram cerca de dois meses habitando instituições de ensino, em reivindicação de pautas e em manifestos de posicionamentos contrários à Proposta de Emenda Constitucional amplamente reconhecida como a PEC 241 (ou 55). Diante deste contexto adverso e suas manifestações de resistência, a pesquisa foi realizada sob a perspectiva epistemológica do Construcionismo Social e objetivou analisar sentidos de participação política construídos por jovens que vivenciaram o movimento de Ocupação em Universidades públicas. Para tanto, foram realizadas 20 entrevistas individuais, semiestruturadas, junto a 10 jovens estudantes da Universidade de Pernambuco e outros 10 da Universidade Federal Rural de Pernambuco, nos campi situados na cidade de Garanhuns-PE. Os dados construídos foram analisados por meio das práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano, que propõem analisar processos e modos de Subjetivação, tomando as discursividades como linguagem em ação. Como resultados, compreende-se que as Ocupações não atingiram suas principais reivindicações, porém as atividades de formação política empreendidas, a interação entre ocupantes e o convívio com dimensões contrárias àquelas por eles defendidas, promoveram vivências de participação política, visibilizadas através de diálogos e negociações cotidianas, de posicionamentos críticos e de implicações em movimentos que se deslocam do si mesmo em direção ao outro, promovendo implicações subjetivas políticas nos envolvidos.(AU)
The Occupation movements that occurred in the second semester of 2016, in the Brazilian educational scope, evidenced a scenario in which students are having problems in the next two months, inhabiting educational institutions, in tests of guidelines and in manifestos of positions contrary to the proposed amendment public constitutional law as a 241 (or 55) PEC. Given this adverse context and its manifestations of resistance, a research was conducted under an epistemological perspective of Social Constructionism and aimed to analyze the meanings of political participation built by young people who experienced the Occupation movement in Public Universities. To this end, 20 individual, semi-structured interviews were conducted, ten young students from the University of Pernambuco and another 10 from the Federal Rural University of Pernambuco, in the fields located in the city of Garanhuns - PE. The data were analyzed through discursive practices and production of meanings in daily life, which propose to analyze processes and modes of subjectivation, considering discursivities as language in action. As the results, understand as Occupations not reaching their main claims, but as entrepreneurial political formation activities, an interaction between occupants and relief with contrary measures of who is defended, promote experiences of political participation, made visible through dialogues and daily activities, critical positions and implications for movements that move in the same direction in other directions, promoting subjective political implications for those involved.(AU)