Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 4 de 4
Filtrar
Adicionar filtros








Intervalo de ano
1.
São Paulo; s.n; 2023. 221 p.
Tese em Português | LILACS | ID: biblio-1531652

RESUMO

Este trabalho aborda algumas das múltiplas interfaces entre o campo da saúde e os sistemas raciais. Dito de outro modo, dá forma e compreensão a diferentes modos como o racismo impacta a saúde, tomada em uma dupla dimensão: como conjunto corporificado das condições de existência das pessoas e populações e como arranjo político e organizacional para atender as necessidades em saúde de diversos grupos. Portanto, parte do campo das relações raciais para analisar as teorias e conceitos produzidos neste domínio, as práticas de assistência e cuidado, as condutas, as situações de saúde ou adoecimento de pessoas e populações e o ordenamento dos arranjos político-institucionais para intervir sobre isso. Esta última dimensão está destacada: tem-se como objeto central a forma como a discriminação racial está expressa na consecução das políticas assistenciais - e os mecanismos através dos quais esse fenômeno se sustenta. A partir da apropriação e do uso dos conceitos de racismo, branquitude e contrato racial, este trabalho analisa destacadamente as políticas de saúde no país, em sua dimensão histórica e social, desde o momento da instituição de um aparato de Estado mais sólido na área até os dias atuais. Os resultados dessa investigação de abordagem radicalmente qualitativa, na qual a assistência oferecida pelos usuários do SUS e os caminhos percorridos para isso consubstanciaram a política de saúde a ser analisada, mostram que, embora os efeitos da discriminação sejam evidentes e explícitos, os mecanismos que a regem são comumente obliterados. Eles operam sob uma lógica dialética e negativa, que agrega contradições supostamente inconciliáveis, condensadas na antítese cuidado e exclusão - que também poderia ser sintetizada no binômio branco e negro. Deste modo, discriminação e a exclusão racial operam sob uma elipse, como é próprio da branquitude, sustentada pela instituição de normas e formas institucionais burocratizadas, nas quais encontram meios de se perpetuar. Assim instituída, como lógica particular de dominação racial - observada tanto no plano individual, onde está a trajetória singular das pessoas negras em busca de saúde, como no plano macropolítico, no qual saúde se conjuga às estruturas do Estado e formas do capital - exige que o racismo seja analisado nas ausências, lapsos e buracos. Pode-se afirmar que a discriminação racial contra o negro na saúde está alojada e ganha forma aparente nos hiatos: exatamente onde não se produz cuidado, assistência e bem-estar. Neste sentido, esta tese toma o SUS, como política de seguridade e direitos, o princípio da universalidade na assistência à saúde e a pauta da saúde da população negra como um enorme paradoxo. A percepção deste conflito, de sua aporia e magnitude, não deve causar estranheza, especialmente para quem tem os estudos críticos das relações raciais como orientação epistemológica. Por outro lado, não pode conduzir à apatia: deve contribuir para o avanço na busca de outros marcos civilizatórios, laços políticos e horizontes existenciais em direção a essa tarefa enorme e necessária de criar um novo mundo, sem racismo - que deve ser perseguida até ser efetivamente experimentada.


This work addresses some of the multiple interfaces between the health field and racial systems. In other words, it gives shape and understanding to different ways in which racism impacts health, taken in a double dimension: as an embodied set of conditions of existence of people and populations and as a political and organizational arrangement to meet the health needs of diverse people. groups. Therefore, it starts from the field of racial relations to analyze the theories and concepts produced in this domain, the assistance and care practices, the medical conduct, the health or illness situations of people and populations and the ordering of the political-institutional arrangements to intervene in this regard. This last dimension is highlighted: its central object is the way in which racial discrimination is expressed in the achievement of assistance policies - and the mechanisms through which this phenomenon is sustained. Based on the appropriation and use of the concepts of racism, whiteness and racial contract, this work prominently analyzes health policies in the country, in their historical and social dimension, from the moment of the institution of a more solid State apparatus in the area until the present day. The results of this investigation with a radically qualitative approach, in which the assistance offered to SUS users and the paths taken to achieve this substantiated the health policy to be analyzed, show that, although the effects of discrimination are evident and explicit, the mechanisms that govern them are often obscured. They operate under a dialectical and negative logic, encompassing supposedly irreconcilable contradictions, condensed in the antithesis between care and exclusion - which could also be summarized in the dichotomy white and black. In this way, discrimination and racial exclusion operate under an ellipse, as is typical of whiteness, supported by the institution of norms and bureaucratized institutional forms, in which they find ways to perpetuate themselves. Thus established, as a particular logic of racial domination - observed both at the individual level, where the singular trajectory of black people in search of health lies, and at the macro-political level, where health is linked to state structures and forms of capital - it requires that racism be analyzed in its absences, lapses and holes. It can be said that racial discrimination against black people in health is lodged and takes apparent form in gaps: exactly where care, assistance and well-being are not produced. In this sense, this thesis approaches the SUS (Unified Health System), as a policy of security and rights, the principle of universality in health care and the agenda of the black populations health as a massive paradox. The recognition of this conflict and its magnitude should not surprise, especially those who have critical studies of racial relations as their epistemological orientation. On the other hand, it should not lead to apathy: it should contribute to the advancement toward the search for new civilization paradigms, political bonds, and existential horizons - in other words, in this enormous and necessary task of creating a new world without racism, a pursuit that must be pursued until it is effectively experienced.


Assuntos
Sistema Único de Saúde , Saúde Pública , População Negra , Racismo , Saúde das Minorias Étnicas
2.
Interface (Botucatu, Online) ; 26: e210525, 2022. tab, ilus
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1375655

RESUMO

O objetivo deste trabalho é identificar estratégias utilizadas por uma equipe de um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsij) na assistência a crianças e adolescentes pretos e pardos com problemas de saúde. Seus pressupostos apoiaram-se no vasto campo de estudos das relações raciais, paradigma pelo qual são feitas também as análises. Participaram 18 trabalhadores do Capsij - Brasilândia; as entrevistas foram guiadas por um questionário semiestruturado e a análise temática para interpretação dos dados foi organizado tendo raça/cor como categoria analítica. Os resultados mostram que cuidado a crianças e adolescentes que manifestam sofrimentos pela vivência do racismo, ou que o tem como uma dimensão importante, demanda do profissional espaços de sensibilização, informação e letramento para as formações raciais, assim como convoca a elaboração de estratégias de enfrentamento ao racismo institucional, sobretudo em perspectiva intersetorial.(AU)


Identificar estrategias utilizadas por un equipo de un Centro de Atención Psicosocial infantojuvenil (CAPSij) en la asistencia a niños y adolescentes negros y mulatos con problemas de salud. Las presuposiciones de este trabajo se apoyaron en el vasto campo de estudios de las relaciones raciales, paradigma a partir del cual se realizan también los análisis. Participaron 18 trabajadores del CAPSij - Brasilândia; las entrevistas fueron guiadas por un cuestionario semiestructurado y el análisis temático para la interpretación de los datos se estructuró teniendo raza/color como categoría analítica. Los resultados muestran que el cuidado a niños y adolescentes que manifiestan sufrimientos por la vivencia del racismo, o que lo tienen como una dimensión importante, demanda del profesional espacios de sensibilización, información y aprendizaje para las formaciones raciales, así como convoca la elaboración de estrategias de enfrentamiento al racismo institucional, sobre todo en perspectiva intersectorial.(AU)


The study aimed to identify strategies used by a team of a Psychosocial Care Center (CAPSij) to assist black and brown children and adolescents with health problems. The assumptions of the study were supported by the vast field of studies on race relations, the paradigm that also underpinned the analyses. Eighteen workers from the Brasilândia CAPSij were interviewed. The interviews were guided by a semi-structured questionnaire and the thematic analysis for data interpretation was structured having race/color as the analytical category. The results showed that the provision of care for children and adolescents who express suffering due to the experience of racism, or who have it as an important dimension, demands, of the professional, spaces for awareness, information and literacy regarding racial formations. In addition, it calls for the development of strategies to combat institutional racism, especially in an intersectoral perspective.(AU)


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Criança , Adolescente , Pessoal de Saúde/ética , Racismo , Serviços de Saúde Mental , Brasil , Pesquisa Qualitativa
3.
Arq. bras. psicol. (Rio J. 2003) ; 72(spe): 109-123, 2020.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1149127

RESUMO

Este artigo tem como objetivo abordar as diferentes formas como raça e racismo penetram no campo social e se inscrevem singularmente nos sujeitos. De outro modo, pretende, a partir do campo das relações raciais, discorrer sobre as formas como esses sistemas, polissêmicos, multiformes, mercuriais e sempre em transição, são vividos, significados, apropriados e introjetados pelas pessoas e se incorporam à subjetividade, conformando este constructo. Tomando raciocínio e metodologia da psicologia sócio-histórica, são consideradas, ainda, formas de abordar as questões raciais no contexto clínico de atuação do psicólogo a partir dos elementos que a própria raça e sua dinâmica apontam como caminho em direção à sua subversão.


This article aims to address the different ways in which race and racism penetrate the social field and are singularly inscribed in the subjects. Otherwise, it intends, from the field of racial relations, to discuss the ways in which these systems, polysemic, multiform, mercurial and always in transition, are experienced, meant, appropriated and introjected by people and are incorporated into subjectivity, forming this construct. Taking reasoning and methodology from socio-historical psychology, ways of approaching racial issues are also considered in the clinical context of the psychologist's performance, based on the elements that the race itself and its dynamics point as a path towards its subversion.


Este artículo tiene como objetivo abordar las diferentes formas en que la raza y el racismo penetran en el campo social y se inscriben singularmente en los sujetos. De lo contrario, se pretende, desde el campo de las relaciones raciales, discutir las formas en que estos sistemas, polisémicos, multiformes, mercuriales y siempre en transición, son vividos, significados, apropiados e introyectados por las personas y se incorporan a la subjetividad, conformando este constructo. Tomando el razonamiento y la metodología de la psicología sociohistórica, todavía se consideran formas de abordar las cuestiones raciales en el contexto clínico de la actuación del psicólogo, a partir de los elementos que la propia raza y su dinámica señalan como camino hacia su subversión.


Assuntos
Psicologia/história , Psicologia Social , Relações Raciais , Racismo
4.
São Paulo; s.n; 2017. 199 p.
Tese em Português | LILACS | ID: biblio-882679

RESUMO

A formação do Brasil republicano e da Saúde Pública são eventos contíguos e contingentes. Este campo de pensamentos e práticas não ficou indiferente ao impacto da raça na nossa formação social, pelo contrário: participou ativamente do processo que fez a raça e, sobretudo, o racismo, um axioma de nosso Estado e instituições. Instigada pelo movimento histórico e suas rupturas e permanências, perguntei neste trabalho de que forma a raça opera na saúde nos dias de hoje. Ciente de todos indicadores que apontam a população aquela com as condições de saúde mais precárias (entre os grupos raciais), e de que esses dados têm lastro na sociedade, me propus e pensar nos mecanismos dentro desse sistema que reiteram o lugar subalterno do negro. Com ênfase na relação profissional de saúde-usuário no espaço na Atenção Básica, certa de que essa relação particular daria pistas das relações raciais em esfera mais abrangente, analisamos o discurso dos profissionais de saúde em relação a seus pacientes negros. Nos relatos desses sujeitos, faz um percurso que vai desde a escravidão, passa pelo racialismo, pelo racismo estrutural e institucional, pelas múltiplas tentativas de negação e ocultação desse sistema e pela branquitude. Muitas vozes compõem os discursos sobre a raça, o racismo e a saúde da população negra, discursos marcados pelas contradições inerentes à raça e a todo sujeito social


Assuntos
Etnicidade , Saúde , Disparidades nos Níveis de Saúde , Atenção Primária à Saúde , Racismo/psicologia , Brasil , Relações Profissional-Paciente , Saúde Pública , Fala/ética
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA