RESUMO
Introdução: O crescimento de crianças expostas ao HIV não infectadas pode ser prejudicado pela exposição intrauterina à terapia antirretroviral. O objetivo deste estudo é descrever o crescimento no primeiro ano de vida de crianças expostas ao HIV não infectadas. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo realizado com crianças expostas ao HIV não infectadas nascidas e acompanhadas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram coletados dados referentes a condições socioeconômicas, perinatais, peso e comprimento no primeiro ano de vida. Para avaliação do crescimento, as médias de Escore-Z de peso, comprimento e índice de massa corporal para idade (P/I, C/I e IMC/I, respectivamente) ao nascimento, aos quatro e aos doze meses foram comparadas através da análise de Equações de Estimativas Generalizadas (GEE). Resultados: 39 crianças foram incluídas no estudo. A média de Escore-Z de IMC/I ao nascimento foi 0,03 (-0,24 a 0,30), aos quatro de 0,34 (0,00 a 0,68) e aos 12 meses de 0,73 (0,45 a 1,01). Houve diferença significativa entre o nascimento e aos doze meses (p=0,002). Conclusão: Os resultados sugerem que crianças expostas ao HIV não infectadas apresentam crescimento adequado no primeiro ano de vida e curva ascendente ao longo do tempo.
Introduction: The growth of uninfected HIV-exposed children can be impaired by intrauterine exposure to antiretroviral therapy. The aim of this study is to describe the growth in the first year of life of uninfected HIV-exposed children. Methods: A retrospective cohort study conducted with uninfected HIV-exposed children born and followed up at the Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Data regarding socioeconomic status, perinatal information, and weight and length in the first year of life were collected. To assess growth, the Z-score means of weight, length and body mass index for age (W/A, L/A and BMI/A, respectively) at birth, at 4 months and at 12 months were compared through analysis of Generalized Estimating Equations (GEE). Results: Thirty-nine children were included in the study. The mean Z-Score of BMI/A at birth was 0.03 (-0.24 to 0.30), at 4 months 0.34 (0.00 to 0.68) and at 12 months 0.73 (0.45 to 1.01). There was a significant difference between birth and at 12 months (p=0.002). Conclusion: The results suggest that uninfected HIV-exposed children show adequate growth in the first year of life and an ascending curve over time.
Assuntos
HIVRESUMO
O câncer anal não tem sido considerado problema de saúde pública. No entanto, sua incidência vem aumentando em pessoas que praticam sexo anal receptivo, promíscuos e portadores de doenças sexualmente transmissíveis, principalmente HPV (papilomavírus humanos) e HIV (vírus da imunodeficiência humana). Nos últimos anos, em vários países, a incidência do câncer anal aumentou 1,5 vezes entre os homens e triplicou nas mulheres. Embora a literatura não reforce o rastreamento de rotina das lesões intraepiteliais anais nas populações de risco, seu uso racional baseia-se no sucesso obtido com o rastreamento por meio da citologia cervical na redução da incidência do câncer cervical. Neste artigo revisamos os métodos diagnósticos disponíveis e as possibilidades de tratamentos das lesões precursoras anais a fim de prevenir a evolução para o câncer anal. Os aspectos biológicos das lesões precursoras anais são semelhantes aos das lesões cervicais. Dessa forma, como o ginecologista é o principal responsável pelo acompanhamento das mulheres, poderia
Anal cancer was not considered a neoplasm of public health concern until recently. Nevertheless, it may be object of attention in groups in which its incidence is increasing: people who have anoreceptive intercourse, promiscuous people and people who have sexual transmitted diseases (HPV and HIV infection). The incidence of anal cancer increased 1.5 fold among men and tripled among women in recent years. Although there is no strong literature evidence that document the value of screening for ASILs (anal squamous intraepithelial lesions) in the risk population, the rationale screening relies upon the success of cervical cytology screening in the reduction of cervical cancer incidence. It was reviewed the availability of screening modalities that effectively diagnosis the precursor lesion and the possibility of treatments that can prevent ASILs from progressing to anal cancer. The biologic consequences of anal dysplasia or ASIL are considered analogous of those of cervical dysplasia so the gynecologists may contribute to this diagnosis and to the prevention of anal cancer.