RESUMO
Oitenta e cinco pacientes portadores de cancer da prostata submetidos a prostatectomia radical foram divididos em tres grupos de estudo, em funçao da epoca da intervençao, correlacionando-se os indices de preservaçao da potencia sexual e da continencia urinaria com a tecnica e o momento da intervençao. Todos os pacientes foram tratados pelo mesmo cirurgiao, 55 deles foram acompanhados por pelo menos 12 meses e 36 destes referiam funçao sexual preservada no pre-operatorio. Nos pacientes operados pela tecnica de Campbell no periodo de 1980-1984, os indices de incontinencia urinaria e de preservaçao da potencia sexual foram, respectivamente, de 25 por cento e 0 por cento. Por outro lado, os pacientes submetidos a prostatectomia radical pela tecnica de Walsh no periodo de 1985-1986, evidenciaram indices de incontinencia urinaria e de preservaçao da funçao sexual, respectivamente, de 9 por cento e 25 por cento. Finalmente, nos pacientes tratados pela tecnica de Walsh com pequenas modificaçoes, no periodo de 1987-1990, observou-se incontinencia urinaria e potencia sexual em, respectivamente, 6 por cento e 55 por cento dos casos. De acordo com estes resultados, as chances de incontinencia urinaria e, principalmente, de impotencia sexual apos prostatectomia radical atenuam-se com a aquisiçao de maior experiencia cirurgica pelo operador, existindo uma curva de aprendizado que exige pelo menos 20 intervençoes para que a capacidade erectil possa ser preservada em um contigente mais significativo de pacientes