RESUMO
A partir da descriçäo inicial de Freud (1910), os autores estudam o desenvolvimento da contratransferência na teoria e na técnica psicanalítica. Salientam o impacto da descoberta da identificaçäo projetiva (Klein, 1946) na virada do significado da contratransferência: inicialmente um "obstáculo", tornou-se um "instrumento do processo terapêutico" (Heimann, 1950; Racker, 1952). Destacam as distorçöes ocorridas na compreensäo e no manejo da contratransferência que tiveram como origem a frase "a contratransferência é uma criaçäo do paciente", de Heimann. A idéia da "transferência total" é entendida pelos autores como uma continuaçäo da dificuldade inicial dos analistas em relaçäo à auto-análise dos conflitos mobilizados transferencialmente. Com base na observaçäo de Freud (1922) de que "o paciente näo projeta no vazio, tentam demonstrar através de dois caso clínicos a participaçäo do analista nos sentimentos contratransferenciais. Finalmente, enfatizam a necessidade de uma contínua atividade auto-analítica como uma forma de entender as projeçöes do paciente