Leiomioma mesectodérmico de íris e corpo ciliar - relato de caso / Mesectodermal leiomyoma of the iris and ciliary body: case report

Objetivo: Descrever um caso de leiomioma mesectodérmico de íris e corpo ciliar. Local: Hospital do Câncer - A. C. Camargo - Fundação Antônio Prudente. Método: Relato de caso e revisão da literatura. Relato de caso: O paciente apresentava uma lesão de aspecto sólido, arredondada, avermelhada, ricamente vascularizada em quadrante temporal inferior de íris de olho esquerdo. À biomicroscopia ultrassônica havia extensão ao corpo ciliar. As hipóteses diagnósticas foram: tumor metastático, melanoma amelanótico e outro tumor a esclarecer. Foi realizada a enucleação do olho acometido e o resultado anatomopatológico e imuno-histoquímico revelou leiomioma mesectodérmico de íris e corpo ciliar. Conclusão: O leiomioma mesectodérmico de trato uveal é um tumor benigno e raro. As decisões de conduta podem ser difíceis em função do seu aspecto, tamanho e localização.

Melanoma de coróide em crianças e adolescentes / Melanoma of the choroid in children and adolescents

Cinco pacientes com diagnóstico de melanoma de coróide atendidos no Hospital do Câncer - A.C. Camargo, São Paulo, entre janeiro de 1970 e agosto de 2001 foram analisados retrospectivamente. A idade variou de 6 a 20 anos, sendo quatro pacientes do sexo feminino e um do sexo masculino. O tempo decorrido entre o primeiro sintoma ao atendimento médico variou de 3 a 24 meses. Quatro pacientes foram enucleados (três enucleados em outros serviços e encaminhados ao Hospital do Câncer) e um foi submetido à braquiterapia. O exame anátomo-patológico revelou extensão extra-ocular do melanoma de coróide em dois casos. O melanoma de coróide é um tumor raro de infância e adolescência. Este fato leva a dificuldades no diagnóstico da doença, retardando seu tratamento e mudando seu prognóstico no caso de extensão extra-ocular. Grupos de estudo cooperativo são necessários para definir uma estratégia diagnóstica mais precoce do melanoma de coróide em crianças e adolescentes bem como a terapêutica adequada.

Avaliação do teste de brückner na detecção de doenças ambliopigênicas / Brückner test evaluation in detecting amblyogenic diseases

O teste de Brückner consiste em comparar o brilho do reflexo retiniano nas pupilas com um oftalmoscópio direto. Uma assimetria no reflexo dos olhos (teste de Bückner positivo) pode indicar a presença de uma patologia ambliopigênica no olho com maior brilho. Foram selecionados onze pacientes, sendo seis pacientes portadores de anisometropia, dois pacientes com microesotropia, um paciente com esotropia de pequeno ângulo (15 dioptrias prismáticas) e dois pacientes normais. Cinco médicos aplicaram o Teste de Brückner nos onze pacientes sem o conhecimento prévio de seus diagnósticos. As respostas dos examinadores foram iguais em cinco pacientes: Teste de Brückner positivo em três pacientes com esotropia de pequeno ângulo, e Teste de Brückner negativo em um paciente normal. Em outro paciente com anisometropia maior que 3 dioptrias, quatro dos cinco examinadores encontraram Teste de Brückner positivo e em um outro paciente normal, quatro dos cinco examinadores relataram Teste de Brückner negativo. Em todos os casos onde o Teste de Brückner foi positivo, o olho de maior brilho citado pelos médicos examinadores coincidiu com o olho de maior ametropia nos pacientes com anisometropia, e com o olho fixador no paciente com esotropia. No restante dos pacientes a resposta dos médicos foi variável. Observou-se a aplicabilidade do Teste de Brückner em casos de anisometropia maior que 3 dioptrias e em desvios de pequeno ângulo.

Melanoma de coróide: estudo de distribuiçäo segundo faixa etária / Choroidal melanoma: age-related distribution

Por revisäo de 160 prontuários sequenciais de pacientes de melanoma de coróide, atendidos entre 01/jan/91 e 31/dez/95, verificou-se a distribuiçäo da idade ao diagnóstico. Calculou-se a média, a mediana e o intervalo de variaçäo messa série. A idade ao diagnóstico variou de 11 a 86 anos. A média foi de 52,2 anos ñ 14,3 anos e mediana de 54 anos. A maior frequência de casos ocorreu dos 51 aos 70 anos de idade (44,4 por cento), seguida pelo grupo pacientes com idades ao diagnóstico entre 31 e 50 anos (37,5 por cento). Chamou a atençäo o fato de que, considerando o total de pacientes, 43,2 por cento dos casos tinha menos de 50 anos de idade.