Pneumotórax secundário por lesão cística formada na síndrome respiratória aguda pela COVID-19 ­ um relato de caso / Secondary pneumothorax by cystic lesion formed in the syndrome respiratory distress by COVID-19 - a case report

Contexto: Revisões de exames de imagem de tórax durante a pandemia pela COVID-19 relatam que pneumotórax é evento raro, quando não associado à ventilação mecânica. Relatamos um caso de paciente com COVID-19 que apresentou pneumotórax e discutimos sua fisiopatologia, com descrição inédita de alteração anatômica promovida pela COVID-19. Descrição do caso: Paciente de 46 anos, em fase de recuperação de síndrome respiratória aguda pela COVID-19, com exame RT-PCR (transcrição reversa - reação em cadeia da polimerase) para COVID-19 positivo que desenvolveu quadro agudo de dor, falta de ar, hemoptoico e dispneia de início abrupto devido a hidropneumotórax moderado, sem ter sido submetido a ventilação com pressão positiva. O pneumotórax foi prontamente drenado, evoluindo com alta hospitalar após seis dias, com reexpansão pulmonar, mas ainda apresentando lesões em vidro fosco pulmonares típicas da COVID-19 e pequena lesão cística, visível desde a primeira tomografia, feita na fase aguda e com remissão completa na fase de convalescência. Discussão: Apresentamos uma manifestação rara da síndrome respiratória aguda pela COVID-19, ainda não relatada no Brasil, e que associamos com a formação de cistos pulmonares e piora da complacência pulmonar. Conclusão: Pneumotórax deve ser lembrado como hipótese diagnóstica em pacientes que apresentam quadro súbito de dor torácica, dispneia e hipoxemia e sugerimos rever seus exames de imagens em busca de lesões que justifiquem a ruptura pleural.

Síndrome das unhas amarelas e deslocamento de retina: uma nova associaçäo? / Yellow nail syndrome and retinal detachment: a new link?

A síndrome das unhas amarelas caracteriza-se classicamente por anormalidades ungueais, linfedema em extremidades e derrame pleural. Nas últimas décadas vêm-se acumulando evidências de que outras manifestaçöes respiratórias também sejam um componente importante da síndrome. Os autores relatam o caso de uma paciente de 29 anos, com sintomas respiratórios, alteraçöes ungueais e linfedema desde a infância, que desenvolveu deslocamento de retina no olho esquerdo, e cuja investigaçäo respiratória evidenciou bronquiectasias e sinusite crônica. Uma breve revisäo da literatura discute aspectos relacionados a patogênese, diagnóstico e tratamento dessa rara condiçäo clínica.

Principais patologias do paciente obeso ambulatorial / The main pathologies in obese outpatients

Objetivo do estudo: os autores se propuseram a estudar pacientes obesos e analisar, qualitativamente e quantitativamente, as patologias de maior incidência no Ambulatório de Medicina Geral. Tipo de estudo: prospectivo. Local: trabalho realizado no Ambulatório de Medicina Geral e Familiar da Escola Paulista de Medicina, Säo Paulo, SP. Pacientes: foram estudados 94 pacientes com idades entre 18 e 74 anos, sendo 29 do sexo masculino e 65 do sexo feminino, com sobrepesos que variaram de 21% a 93%. Medidas e resultados: dentre as patologias encontradas, a hipertensäo arterial foi a mais freqüente, incidindo em 51,06% dos pacientes obesos, o diabetes melito em 38,29% e as dislipidemias em 31,91%. Foram observadas ainda altas incidências de processos varicosos dos membros inferiores, osteoartroses e dermatites intertriginosas. Nos pacientes divididos em três grupos (I-30% acima do peso ideal; II- de 30% até 50% acima do peso ideal; e III - 50 acima do peso ideal), estatisticamente, a distribuiçäo de hipertensäo arterial foi homogênea, mas o diabetes melito e as dislipidemias tornaram-se mais freqüentes com o progressivo acúmulo de excesso de gordura no organismo. Dos pacientes examinados, 23 (24,46%) apresentavam níveis de pressäo arterial considerados elevados, mas que, após a devida correçäo, levando-se em conta a circunferência do braço, enquadraram-se nos critérios de normotensäo (superestimaçäo da medida). Conclusöes: a hipertensäo arterial, o diabetes melito e as dislipidemias foram as patologias de maior freqüência encontradas em nosso paciente obeso ambulatorial. As varizes dos membros inferiores, as osteoartroses e as dermatites intertrifinosas foram patologias muito freqüentes dos pacientes obesos deste estudo e, embora näo constituindo fatores de risco, muitas as responsáveis pela procura do atendimento médico-ambulatorial. A correçäo da leitura da pressäo arterial, de acordo com a circunferência do braço, foi medida fundamental para se evitar o erro diagnóstico de hipertensäo arterial em uma grande percentagem dos pacientes obesos