RESUMO
Indicando que a articulação entre psicanálise e arte pode ser propiciadora tanto de avanços quanto de desvios significativos na orientação originalmente impressa por Freud para a práxis psicanalítica e para o campo da crítica de arte, o presente texto tem como proposta empreender uma reflexão que ofereça alguns balizamentos que possam auxiliar aqueles que tomam para si a tarefa de produzir articulações entre estes dois modos de tratar o real pelo simbólico. Nosso objetivo é situar a importância de se trabalhar a partir da intersecção, do entrecorte entre estes dois campos.
Psychoanalysis and art: an observation concerning the non-relation in Louise Bourgeois: The return of forbidden desire. We show that the links between psychoanalysis and art can offer both advances and significant deviations in the direction originally proposed by Freud for the psychoanalytic praxis and for the field of art criticism. This text proposed to undertake a reflection that offers a few observations that can help those who take on the task of producing articulations between these two ways of dealing with the real through the symbolic. Through this discussion, our goal is to situate the importance of working from the intersection between these two fields.
Assuntos
Humanos , Arte , Psicanálise/história , Sexualidade/psicologiaRESUMO
Tendo como balizas teóricas a obra de Freud e o ensino de Lacan, o presente escrito toma como problema a edificação da imagem de si e as desestabilizações da imagem que acompanham o adolescer. Partindo do princípio de que o Eu não se desenvolve naturalmente, tem fronteiras maleáveis e se constrói na relação com o Outro, examinamos o processo de edificação da imagem. Com esse objetivo, nos valemos das reflexões freudianas acerca do narcisismo conjugadas às contribuições de Lacan sobre o esquema ótico e o estádio do espelho, em sua articulação com a castração e a subjetivação da falta. Para finalizar, trazemos uma breve análise do diálogo travado entre Wendla e sua mãe, na primeira cena da peça "O despertar da primavera", de Wedekind, de modo a localizar a desestabilização da imagem na adolescência como decorrência do desarranjo entre a imagem virtual e a imagem real em relação ao olhar do Outro...
Having as its theoretical basis Freud's work and Lacan's teaching, this paper brings, as main issue, the self-image construction process and the destabilizations of the image which, often, comes along with the onset of adolescence. Assuming that the function of the I doesn't develop on its own, has permeable borders and is built upon its relation to the Other, we examine the self-image construction process through freudian reflections about narcissism, added to Lacan's contributions over the optical scheme and the Mirror Stage in its interaction with castration and the subjectivity of the absence. Finally, we present a brief analysis of the dialogue between Wendla and her mother, in the first scene of the Wedekind´s major play "Spring Awakening", in order to situate the image's destabilization in adolescence as a result of the breakdown between the virtual image and the real image in relation to the Other's gaze...
Utilizando como fundamento teórico la obra de Freud y las enseñanzas de Lacan, este artículo toma como problema la construcción de la imagen de sí mismo y las desestabilizaciones de la imagen que, muy a menudo, acompañan a la adolescencia. Partiendo de la premisa de que el Yo no se desarrolla naturalmente, que tiene fronteras flexibles y se construye en su relación con el Otro, examinamos el proceso de construcción de la imagen de sí mismo como un cuerpo unificado. Para ello, utilizamos las reflexiones de Freud sobre el narcisismo, combinadas con las contribuciones de Lacan sobre el estadio del espejo y el esquema óptico, en su articulación con la castración y con la subjetivación de la falta. Por último, se presenta un breve análisis del diálogo entre Wendla y su madre en la primera escena de la obra "El despertar de la primavera" de Wedekind, con el fin de situar la desestabilización de la imagen en la adolescencia como resultado de la ruptura entre la imagen virtual y la imagen real en relación a la mirada del Otro...