RESUMO
Estudo pretende através de uma visão política e cultural, compreender as redes de informação e pesquisa para o enfrentamento do fenômeno violência sexual contra crianças e adolescente. Entendendo rede como articulações / interações de organizações e organismos governamentais nacionais e internacionais, vinculados às ações de movimentos reivindicatórios. As redes democráticas são estratégias que o governo e a sociedade civil implementaram na política de proteção e garantias dos direitos de crianças e adolescentes previstos no ECA. O ponto de partida para a compreensão das redes, foi a referência desenvolvida pelo CECEIS e criação do RECEIS em parceria com a UNICEF. Na prática, observa-se que as redes delimitam o objeto de estudo, análise, investigação e denúncia, possibilitam a focalização do fenômeno e a sistematização de conhecimentos e saberes, no âmbito público e privado. Todavia, contraditoriamente, os sujeitos institucionais, estabeleceram uma relação de controle e poder do saber e da informação, embora sendo já objeto público e produto da cidadania. O estudo aponta a necessidade de se divulgar esse conhecimento para legitimação técnico / política dessa construção. Propõe, como primeiro passo para o enfrentamento da violência sexual, dar visibilidade ao fenômeno. O segundo passo é da articulação das redes de defesas, promoção e atendimentos e controle / vigilância. Pontua que as organizações são o caminho para a construção ética de uma nova concepção de garantia dos direitos e cidadania, norteada por questões do gênero, etnia, classe social e pobreza. Esse tecido multifacetado permite a construção de conceitos estratégicos / operativos e indicadores para a elaboração de instrumentos e à notificação do fenômeno na saúde, educação, segurança, trabalho e cultura...