RESUMO
A fim de avaliar o conceito de que a açäo de longa duraçäo é uma propriedade vantajosa dos inibidores da enzima conversora da angiotensina no tratamento da insuficiência cardíaca severa escolhemos e randomizamos 42 pacientes para o tratamento com um inibidor de curta açäo (Captopril, 150mg/dia) ou com um inibidor de açäo prolongada (Enalapril, 40mg/dia), durante um a três meses, enquanto a terapia com digoxina e diuréticos era mantida constante. Os grupos de tratamento possuíam características hemodinâmicas e clínicas similares na avaliaçäo inicial e respostas iniciais similares com relaçäo à inibiçäo da enzima conversora. Durante a terapia prolongada, captopril e Enalapril produziram reduçäo similares na pressäo arterial sistólica, mas os efeitos hipotensivos do Enalapril foram mais prolongados e persistentes do que aqueles do Captopril. Consequentemente, embora os pacientes de ambos os grupos melhorassem hemodinamicamente e clinicamente durante o estudo, observou-se hipotensäo sintomática séria (síncope e pré-sincope) primeiramente naqueles pacientes tratados com Enalapril. A hipotensäo prolongada provavelmente também contribuiu para o declínio do clearance de creatinina (P < 0,05) e a destacada retençäo de potássio (P < 0,05) observada nos pacientes tratados com Enalapril, mas näo naqueles tratados com Captopril. Concluímos que quando säo utilizadas doses altas e fixas de inibidores da enzima conversora no tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca crônica, severa, os agentes de longa açäo podem produzir efeitos hipotensores prolongados que podem comprometer as funçöes cerebrais e renais e, conseqüentemente, levar desvantagem quando comparados com agentes de curta açäo