RESUMO
Introdução: a melhor prevenção para sífilis congênita possivelmente seja a realização dos testes de triagem durante o pré-natal, principalmente nas mulheres consideradas de comportamento de risco para a infecção pelo HIV e demais DST. Para o obstetra, a importância dessa doença transcende seus aspectos clínicos, principalmente pela transmissão vertical de seu agente etiológico. Desta forma, o diagnóstico laboratorial precoce e correto é uma poderosa ferramenta na profilaxia da sífilis congênita. Objetivo: estabelecer o significado dos baixos títulos para o teste de VDRL frente aos testes treponêmicos em gestantes. Métodos: foram analisadas 215 amostras de soro de gestantes de duas maternidades da cidade do Rio de Janeiro, RJ. Utilizou-se o teste VDRL e testes treponêmicos (TPHA, ELISA e Western-blotting). Os títulos de VDRL foram confrontados com testes não-reagentes, tendo como variável independente os testes treponêmicos. Resultados: houve associação estatisticamente significativa (?<0,05) entre os diversos títulos de VDRL (baixos títulos:1/1, 1/2 e 1/4 e altos títulos: ?1/8) quando confrontados com os testes treponêmicos. Por meio da análise comparativa de sensibilidade e especificidade obteve-se a curva ROC (Receiver Operator Characteristic). Títulos de VDRL acima de 1/1 associaram-se, de modo significativo, com os testes treponêmicos. Conclusão: os resultados mostraram que os baixos títulos de VDRL devem ser valorizados e que o teste considerado como screening pode também ser útil quando utilizado como teste diagnóstico para asífilis em gestantes.