RESUMO
As infecçöes entéricas constituem um dos problemas mais graves de saúde no mundo. A incidência de surtos hospitalares relacionados com a alimentaçäo dos lactentes tem sido alvo de estudos, devido à fragilidade deste grupo e magnitude dos agravos. Partindo da premissa que os alimentos podem ser veículos de transmissäo de infecçöes, foi nosso objetivo verificar a qualidade das preparaçöes lácteas oferecidas por um lactário hospitalar, que näo realizava esterilizaçäo terminal nas preparaçöes lácteas. Foram realizadas análises microbiológicas de fórmulas lácteas tomadas ao acaso, sem esterilizaçäo terminal, durante 26 semanas (45 amostras). Após este período, novas rotinas foram implementadas ressaltando aí a utilizaçäo de método de esterilizaçäo terminal das fórmulas lácteas, pelo processo de aquecimento em banho-maria a 100§C por 30 minutos e feito um novo monitoramento por 10 semanas (20 amostras). Observamos que das 45 amostras de fórmulas que näo sofreram esterilizaçäo terminal, 28 (62 por cento) apresentaram-se inadequadas para consumo, com altas contagens de mesófilos viáveis 8 (18 por cento), apresentando ainda coliformes totais e 6 (13 por cento) apresentando coliformes de origem fecal. Após o emprego de esterilizaçäo terminal, verificou-se que das 20 amostras analisadas ao longo de 10 semanas, todas apresentaram ausência de microrganismos. Como o leite é um excelente meio de cultivo para a maioria dos microrganismos, entretanto, representa a base alimentar e terapêutica para lactentes hospitalizados, concluímos que o método de esterilizaçäo terminal em banho-maria é eficaz e garante um alimento seguro do ponto de vista microbiológico e adequado nutricionalmente.