RESUMO
Pesquisa a evoluçäo do conhecimento dos planorbídeos neotropicais associada a uma trajetória profissional exemplar, criadora da tradiçäo da escola brasileira de malacologia. Ao historiar a produçäo de Paraense e a construçäo do conhecimento da Biomphalaria occidentalis, acredito que tanto os fatores de ordem cognitiva, quanto os que se referem às circunstâncias sociais e culturais adquirem importância equivalente na explicaçäo dos fatos científicos e suas repercussöes na saúde pública. Procura demonstrar que a contribuiçäo de Paraense pode ser entendida como uma ruptura de paradigma, pela opçäo da genética como critério de distinçäo das espécies. Através da história pode-se denunciar a dicotomia externalismo e internalismo, que tem sido täo prejudicial às relaçöes entre os cientistas sociais e das ciências naturais. Menciona influências de tradiçöes institucionais, modelos de pesquisadores e circunstâncias da política de desenvolvimento e financiamento da ciência relevantes para entender a ambiência em que se conforma a produçäo científica de Paraense. A convivência com o erro, experiência comum na prática científica, se associa a outro componente essencial, qual seja, retirar as melhores conseqüências oferecidas pelo acaso, como ocorreu no caso da B. occidentalis.
Assuntos
Biomphalaria , Saúde Pública , Esquistossomose mansoniRESUMO
Pesquisa a evolução do conhecimento dos planorbídeos neotropicais associada a uma trajetória profissional exemplar, criadora da tradição da escola brasileira de malacologia. Ao historiar a produção de Paraense e a construção do conhecimento da Biomphalaria occidentalis, acredito que tanto os fatores de ordem cognitiva, quanto os que se referem às circunstâncias sociais e culturais adquirem importância equivalente na explicação dos fatos científicos e suas repercussões na saúde pública. Procura demonstrar que a contribuição de Paraense pode ser entendida como uma ruptura de paradigma, pela opção da genética como critério de distinção das espécies. Através da história pode-se denunciar a dicotomia externalismo e internalismo, que tem sido tão prejudicial às relações entre os cientistas sociais e das ciências naturais. Menciona influências de tradições institucionais, modelos de pesquisadores e circunstâncias da política de desenvolvimento e financiamento da ciência relevantes paraentender a ambiência em que se conforma a produção científica de Paraense. A convivência com o erro, experiência comum na prática científica, se associa a outro componente essencial, qual seja, retirar as melhores conseqüências oferecidas pelo acaso, como ocorreu no caso da B. occidentalis.