Cardiomiopatia hipertrófica apical acometendo o ventrículo direito / Apical Hypertrophic Cardiomyopathy with Right Ventricular Involvement

We report right ventricular involvement in apical hypertrophic cardiomyopathy (HCMP) in two women and one man, aged from 19 to 44 years-old, who presented different signs from those with left ventricular disease (who have good clinical evolution), with signs and symptoms of severe diastolic restriction, showing great atrial enlargement and two with atrial fibrillation and death due to thromboembolism. The right ventricular involvement in apical HCMP leads to a worst prognosis than isolated left ventricular disease, does not have the typical electrocardiographic changes and presents with ventricular restriction and tricuspid regurgitation.

Amiodarona no tratamento da insuficiência cardíaca residual após troca valvar / Amiodarone in the treatment of residual cardiac failure after cardiac valve replacement

O presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos da amiodarona no tratamento da insuficiência cardíaca residual, dos pacientes submetidos à troca valvar. Um grupo de 23 pacientes com próteses valvares e com sinais e sintomas de insuficiência cardíaca foram estudados, clínica e laboratorialmente, antes e após três meses da administraçäo de 200 mg/dia de amiodarona. Foram analisados os valores da classe funcional (CF), da freqüência cardíaca (FC), da pressäo arterial média (PA), do índice cardiotorácico (ICT), da presença de arrithmias pelo eletrocardiograma (ECG) e especial atençäo foi dada aos seus efeitos colaterais. Foram significativas (p < 0,05) a melhoria da CF, que caiu de 2,6 ñ 0,6, para 1,3 ñ 0,4, e da FC, que caiu 116 ñ 10 para 79 ñ 12 bat/min e a diminuiçäo das arritmias ventriculares. Näo foram observados efeitos colaterais. A amiodarona mostrou-se eficaz tanto no controle das arritmias como das manifestaçöes clínicas que acompanham a insuficiência cardíaca

Tratamento cirúrgico da insuficiência mitral / Surgical treatment of mitral insufficiency

O objetivo do presente trabalho foi avaliar, a longo prazo (3,6 ñ 1,4 anos), os resultados da troca valvar realizada em pacientes com IM grave, que foram enviados à cirurgia com cardiomegalia e em classe funcional (CF) III e IV. Fazem parte deste estudo 74 pacientes, que foram submetidos a troca da valva mitral para o tratamento de IM grave, 63,5 por cento eram do sexo masculino e 70,3 por cento da raça branca. A idade variou de 15 a 66 anos com média de 43 anos. As próteses biológicas foram implantadas em 71,6 por cento dos pacientes. A gravidade da sintomatologia foi avaliada pela CF segundo os critérios da New York Heart Association. O tamanho da área cardíaca foi analisada pelo índice cardiotorácico (IC/T) e a funçäo ventricular pelo ecocardiograma. A anticoagulaçäo foi realizada em todos os pacientes com próteses mecânicas e naqueles com fibrilaçäo atrial. No pré-operatório todos estavam em uso de digital, diurético e vasodilatadores. Enquanto no pré-operatório 66,2 por cento dos pacientes estavam na CFG III e 33,8 por cento na IV; no momento deste levantamento 61,1 por cento estavam na CFI.27 por cento na CF II e 10,8 por cento na CF III. O IC/T caiu de 61,8 ñ 5,7 por cento para 55,7 ñ 7,4 por cento com p < 0,05. O DD teve uma diminuiçäo significativa (p < 0,05), caindo de 6,1 ñ 0,64cm para 5 ñ 0,89cm. Os valores da FE näo alteraram significativamente (p < 0,05). Assim, enquanto no pré-operatório o valor da FE foi de 61,1 ñ 9,7 por cento, no pós foi de 59,6 ñ 12,9 por cento. A incidência de tromboembolismo foi de 2,7 por cento. Mesmo para os pacientes com importante comprometimento anátomo-funcional do coraçäo, as próteses valvares, na posiçäo mitral, apresentam bons resultados a longo prazo caracterizados por melhorada sintomatologia, da funçäo do ventrículo esquerdo e diminuiçäo da área cardíaca

Aneurisma ventricular: resultados a longo prazo do tratamento cirúrgico / Ventricular aneurysm: long-term results of the surgical treatment

Os autores fazem uma avaliaçäo dos resultados a longo prazo das aneurismectomias do ventrículo esquerdo. Desta análise verificaram que a idade, sexo, síntomas clínicos, localizaçäo anatômica ou tipo de correçäo cirúrgica influenciaram significativamente a mortalidade hospitalar ou a sobrevida a longo prazo. A aneurismectomia ventricular isolada (lesäo coronariana única) pode ser realizada com baixa mortalidade hospitalar (5,5%) e bom prognóstico a longo prazo (sobrevida de 60% aos 8 anos). A aneurismectomia ventricular associada a ponte de safena (lesöes coronarianas múltiplas) mostra mortalidade hospitalar elevada (29,7%). Näo houve diferença significativa da mortalidade hospitalar e tardia entre os grupos com fraçäo de ejeçäo > ou < 45%. Dos pacientes que tiveram alta hospitalar 69% estavam vivos ao final de 8 anos e destes 53,5% permaneciam assintomáticos

Cirurgia de revascularizaçäo miocárdica / Myocardial revascularization surgery

Foram estudados 240 pacientes submetidos a cirurgia de revascularizaçäo miocárdica isolada. Observou-se uma mortalidade hospitalar de causa cardíaca de 3,8%. Acidente Vascular Cerebral e Embolia Pulmonar concorreram com 2,9% da mortalidade. Dois pacientes faleceram de causa näo cardiovascular (0,8). Foram discutidos os vários fatores correlacionados à mortalidade hospitalar. A funçäo ventricular avaliada através da fraçäo de ejeçäo näo influenciou os resultados. A idade acima de 65 anos e a doença coronariana difusa, necessitando endarterectomia, foram responsáveis pelo aumento da mortalidade

Origem anômala das artérias coronárias / Anomalous origin of the coronary arteries

As artérias coronárias säo os vasos que levam o sangue à intimidade da célula cardíaca, possibilitando, desta sorte, a sua nutriçäo, ao mesmo tempo que retira os catabolitos resultantes da sua atividade mecânica. Em número de duas, as artérias coronárias têm a sua origem nos seios de Valsalva direito e esquerdo. A artéria coronária que se origina no seio direito recebe a denominaçäo de coronária direita e a que tem origem no seio esquerdo coronária esquerda. Eventualmente, estas artérias ou um de seus ramos principais, podem se originar do seio oposto ou da própria artéria coronária e mais raramente, da artéria pulmonar. O presente trabalho diz respeito ao estudo de sete casos de origem anômala da artéria coronária e as possíveis causas da sintomatologia que levaram estes pacientes ao estudo cinecoronariográfico

Estenose mitral congênita: 2ª parte / Congenital mitral stenosis: 2ª part

Säo apresentados três casos de estenose mitral congênita isolada: dois classificados como tipo 1 (valvar) e outro como tipo 2 (valva mitral em paraquedas). Säo discutidos os dados eletrocardiográficos, ecocardiográficos, hemodinâmicos e de raio-X deste raro tipo de cardiopatia congênita. O caso 1 e 3 tiveram um curso clínico relativamente benigno e foram mantidos sob tratamento clínico. O caso 2 apresentou uma deteriorizaçäo rápida, desenvolvendo insuficiência cardíaca de difícil controle, vindo a falecer em choque cardiogênico. A autópsia mostrou uma estenose mitral do tipo paraquedas, associada a grau leve de fibroelastose endocárdica

Fístula coronária para o átrio esquerdo: relato de caso / Coronary fistula to the left atrium: a case report

Um paciente de 34 anos, portador de fístula coronária para o átrio esquerdo com fibrilaçäo atrial paroxística e insuficiência cardíaca, foi submetido a tratamento cirúrgico corretivo da fístula com excelente resultado pós-operatório

Relação entre as alterações eletrocardiográficas e a localização da massa muscular hipertrofiada na cardiomiopatia hipertrófica / Relationship between electrocardiographic changes and the localization of the hypertrophic muscular mass in hypertrophic cardiomyopathy

Foram estudadas as alteraçöes eletrocardiográficas em 33 pacientes portadores de cardiomiopatia hipertrófica da forma obstrutiva e näo obstrutiva. Baseado na localizaçäo da massa muscular hipertrófica, os pacientes divididos em 3 grupos: septal dominante, ântero-medial dominante e ântero-apical dominante. O eletrocardiograma anormal foi observado em 32 (93,9%). As alteraçöes eletrocardiográficas foram: inversäo da onda T (78,8%), sinais de hipertrofia ventricular esquerda (69,7%), sinais de aumento do átrio esquerdo (60,6%) e ondas Q patológicas (30,0%). As alteraçöes da onda T foram mais expressivas no grupo ântero-apical dominante, no qual 87,5% apresentaram ondas T com grau de inversäo superior a 5 mm. Os sinais eletrocardiográficos de hipertrofia ventricular esquerda foram mais observados (76,6%) nos casos que apresentaram a parede ântero-medial comprometida com um grau de hipertrofia maior que 1,5 cm independente do grupo. O aumento do átrio esquerdo, avaliado através do índice de Morris, esteve presente em 20 casos (60,6%). Embora esta alteraçäo eletrocardiográfica tenha sido mais freqüente nos pacientes com aumento do diâmetro diastólico desta cavidade, o aumento do índice de Morris foi encarado como dependente dos distúrbios da conduçäo intra-atrial. As ondas Q patológicas foram interpretadas como representativas de zonas de necrose, quando presentes em mais de uma regiäo. Nas demais eventualidades, elas poderiam estar relacionadas com os desvios dos vetores de despolarizaçäo ventricular