Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 1 de 1
Filtrar
Adicionar filtros








Intervalo de ano
1.
Rio de Janeiro; s.n; 2017. vii, 199 p. ilus.
Tese em Português | LILACS | ID: biblio-1048536

RESUMO

No Brasil, organofosforados (OP) e piretróides (PI) foram usados para o controle de larvas e adultos de A. aegypti, respectivamente, desde 1967 e 2000. O uso frequente destes produtos selecionou populações resistentes do vetor. Optou-se então por usar o OP fosforoditioato malathion no controle dos adultos, composto molecularmente diferente do larvicida OP fosforotionato temephos, empregado há mais de 40 anos no país. Acredita-se que a resistência seja principalmente derivada de fatores metabólicos (enzimas que detoxificam o inseticida) ou de mutações nos sítios-alvo dos inseticidas, no Sistema Nervoso Central. Bioensaios com larvas confirmaram a resistência de várias populações ao OP temephos. Inicialmente, bioensaios com mosquitos adultos demonstraram não haver populações naturais brasileiras de A. aegypti classificadas como resistentes ao malathion (dados Laficave), corroborando a viabilidade de seu uso no controle de adultos. Uma vez que o malathion, ainda hoje, é o único composto não-PI aprovado pela OMS para uso em aplicações espaciais, a antecipação de um potencial evento de resistência nas populações naturais do vetor é relevante para subsidiar a continuidade de seu uso. No estudo foram usados bioensaios para avaliar a resistência das amostras do vetor, além de metodologias clássicas e modernas - como a análise dos índices de expressão gênica (RNA-seq) - para investigação dos mecanismos associados à resistência. Foram detectados níveis de resistência elevados contra PI e o OP temephos nas amostras originais das populações de Aracaju/SE e Crato/CE


O mesmo não ocorreu para diflubenzuron e malathion, mais recentemente usados no controle do vetor em campo. Quando ambas as populações iniciais são comparadas, os mosquitos de Aracaju tenderam a apresentar menores níveis de resistência a PI e OP e, simultaneamente, maior atividade de enzimas detoxificadoras e maiores custos evolutivos. Neste estudo também foi realizada seleção com malathion: houve aumento nos índices de RR (razão de resistência) para malathion em todas as réplicas biológicas das duas populações. Os dados sugerem ainda, a inexistência de resistência cruzada entre temephos e malathion. De fato, a seleção com malathion parece ter impactado negativamente sobre a RR frente ao temephos, e também a PI. Inusitadamente, foram observados, nos ensaios com PI, aumentos marcados no status de resistência dos grupos controle das duas populações, sem correlação com as frequências kdr - estas tenderam, inclusive, a diminuir. A avaliação bioquímica dos mecanismos de resistência revelou a possibilidade de GST ter tido papel importante na resposta frente aos PI nos grupos controle de Aracaju, mas não nos de Crato. Além disso, a análise RNA-seq identificou 374 transcritos (~2,6%) considerados diferencialmente expressos (DE) em Aracaju (classificados em oito clusters), e um total de 143 transcritos (~1%) considerados DE em Crato (divididos em cinco clusters). Foram detectadas, em pelo menos uma das populações avaliadas, alterações em genes potencialmente relacionados com a resistência por redução da penetração do inseticida através da cutícula ­ mecanismo que recebe pouca atenção nas avaliações sobre resistência. A possibilidade de enzimas OBP atuarem como 'apresentadoras de moléculas inseticidas', direcionando sua degradação para enzimas MFO, é discutida, assim como de profenoloxidases agirem na formação da cutícula dos espécimes de Aracaju e Crato. (AU)


Assuntos
Resistência a Inseticidas , Aedes , Inseticidas Organofosforados , Transcriptoma , Malation
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA