RESUMO
A apneia obstrutiva do sono é muito comum na população em geral, sendo ainda mais comum entre os pacientes com doença cardiovascular estabelecida. A apneia obstrutiva do sono é considerada fator de risco para o desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico e arritmias cardíacas. Dentre as arritmias mais comuns e associadas com apneia obstrutiva do sono destacamos a fibrilação atrial, as bradiarritmias e as arritmias ventriculares. Diversos mecanismos fisiopatológicos, incluindo as vias neural, humoral hemodinâmica e metabólica, são responsáveis pelos efeitos negativos da apneia obstrutiva do sono nas doenças cardiovasculares. Evidências científicas atuais sugerem que os cardiologistas identifiquem os subgrupos de pacientes portadores de alto risco para apneia obstrutiva do sono, sua referência para a polissonografia e a indicação do tratamento com pressão positiva contínua em vias aéreas (CPAP). A identificação e o tratamento da apneia obstrutiva do sono melhoram a qualidade de vida dos pacientes e podem prevenir os efeitos negativos da apneia obstrutiva do sono nas arritmias cardíacas.