O perfil da antiestreptolisina O no diagnóstico da febre reumática aguda / Antistretolysin O titer profile in acute rheumatic fever diagnosis

Objetivo: estabelecer o perfil dos títulos de ASO, mediante o diagnóstico diferêncial da FRA com outras afecções que também cursam com níveis elevados de ASO. Métodos: foram estudados 78 casos de FRA na apresentação e seguimento, 22 de coréia isolada, 45 de infecções orofaringeanas recorrentes (IOR) e 23 artrites idiopáticas juvenis (AIJ), com início ou reativação recente. A determinação sequêncial de ASO (UI/ml) foi realizada por ensaio nefelométrico automatizado (Behring -Germany) nos períodos de 0-7 dias, 1-2 semanas, 2-4 semanas, 4-6 meses, 6-12, 1-2 anos, 2-3 anos, 3-4 anos e 4-5 anos após o diagnóstico. Resultados: os títulos de ASO na fase aguda da FRA apresentaram elevação significativamente até o inervalo de 2-4 meses (p<0,0001), quando atingiram os níveis basais e permaneceram estáveis por 5 anos na vigência de profilaxia secundária com penicilina. Os valores de ASO na apresentação da FRA também foram mais elevadas e com diferença significante quando comparadas aos de coréia isolada, IOR e AIJ (p=0,0025). As variações etárias e o limite superior da normalidade (320 UI/ml) foram considerados para a comparação entre estes grupos, assim como para o cálculo da sensibilidade (73,3 por cento) e da especificidade (57,6 por cento) mediante o diagnóstico clínico de FRA. A especificidade e valor preditivo positivo do teste aumentaram com títulos crescentes, sendo mais alta com títulos maior ou igual a 960 UI/ml. Conclusão: esta reavaliação do perfil da ASO indicou uma resposta exuberante na fase da febre aguda da febre reumática indicou ainda que os seus níveis séricos podem diferenciá-la de outras afecções que também cursam com níveis elevados de ASO, como as infecções orofaringeanas recorrentes ou as artrites idiopáticas juvenis em atividade

The treatment of allergic rhinitis improves the recovery from asthma and upper respiratory infections

MATERIAIS E METODOS: Quarenta e seis crianças asmáticas com repetidas infecçöes respiratórias apresentaram sintomas de rinite alérgica. Todos os pacientes foram tratados localizadamente da rinite alérgica isolada com cromoglicato de disódio e dipropionato de beclometasona. RESULTADOS: Após seis meses de tratamento, 95 por cento das crianças mostraram melhora da rinite alérgica e 84 por cento melhora de bronquite asmática, bem como de infecçöes menores. CONCLUSAO: Conclui-se que a rinite alérgica desempenha importante papel na facilitaçäo de infecçöes do trato respiratório superior, e a possível associaçäo entre rinite, infecçöes virais e bronquite asmática é discutida.

Desenvolvimento da resposta imune de mucosas: influências do aleitamento materno e ambientais / Mucosal immune response development: breastfeeding and environmental influence

A revisäo das aquisiçöes mais recentes no conhecimento sobre a ontogênese da resposta imune de mucosas indica que a migraçäo de células linfóides para as superfícies mucosas inicia-se precocemente na vida fetal. A diferenciaçäo de estruturas linfo-epiteliais organizadas no trato gastrointestinal (folículos linfóides, placas de Peyer, amígdalas) ocorre a partir de 11-20 semanas de idade gestacional. Entretanto, essas estruturas tornam-se funcionalmente ativas somente após o nascimento, ante as primeiras exposiçöes antigênicas. O desenvolvimento completo da imunidade secretora ocorre no período pós-natal. Em recém-nascidos e lactentes, alguns fatores ambientais, como a alimentaçäo e a carga antigênica oral, parecem modular o desenvolvimento da resposta imune de mucosas. O aleitamento materno, por meio de propriedades anti-infecciosas, anti-inflamatórias e imunomoduladoras, além de complementar a imunidade secretora de lactentes, também estimula a maturaçäo imunológica nas superfícies mucosas.

Aspectos ontogenéticos da quantificaçäo de linfócitos intraepiteliais na mucosa intestinal: estudo histológico em autópsias e biópsias intestinais de crianças / Ontogenetic aspects of the intraepithelial lymphocyte of the intestinal mucosa

A quantificaçäo relativa de linfócitos intraepiteliais (LIE) é um procedimento comumente utilizado na avaliaçäo histológica da mucosa intestinal e os valores de referência para mucosa jejunal normal de adultos e crianças têm sido referidos como similares. No entanto, como recém-nascidos e lactentes näo foram avaliados de forma sistemática, objetivou-se avaliar estes grupos etários, bem como fatores que poderiam influenciar a ontogênese dos LIE. Foram estudadas 84 crianças, de acordo com os critérios de inclusäo: - preservaçäo tecidual e ausência de doenças gastrointestinais específicas ou malformaçöes extensas do tubo digestivo, imunodeficiências ou neoplasias. As crianças foram agrupadas por faixa etária em: GRUPO RECÉM-NASCIDOS (RN) com 7 fetos natimortos e 32 recém-nascidos com sobrevida de 1 hora a 28 dias; GRUPO LACTENTES (L) com 32 lactentes de 1-9 meses e GRUPO CRIANÇAS (C) com 13 crianças de 1-9 anos. O material foi obtido em autópsias, com técnica de fixaçäo intra-luminal (WILSON, 1966), enterotomias e biópsias aspirativas jejunais. Foram examinadas preparaçöes histológicas de 67 amostras de jejuno, 69 de íleo e 53 do apêndice cecal, previamente codificadas e analisadas sem conhecimento dos dados clínicos e achados de autópsia. Os valores da quantificaçäo - n§ LIE/100 células epiteliais (CE) do grupo RN foram significativamente menores que os dos grupos L e C no jenuno (p<0.001), íleo (p<0.001) e apêndice (p<0.01). O grupo L teve valores semelhantes aos do Grupo C no íleo e apêndice, mas no jejuno houve tendência a serem menores que C (0.05