RESUMO
Muitos dos mecanismos envolvidos nas alterações cardiovasculares do diabetes parecem representar adaptações funcionais e estruturais relacionadas à duração e à gravidade da doença. O controle da pressão arterial exercido por diferentes receptores periféricos está modificado precocemente e algumas modificações podem permanecer, independentemente do tratamento com insulina. O tamponamento das variações momento a momento da pressão arterial comandado pelos pressorreceptores arteriais está reduzido, assim como as respostas produzidas pela estimulação dos quimiorreceptores periféricos. Essas alterações representam comprometimento do ramo eferente (simpático e parassimpático), sem que se possa excluir mudanças no sistema nervoso central. As respostas do simpático renal às variações de volume estão bloqueadas e, no diabetes experimental, essa alteração pode caracterizar uma adaptação das respostas natriurética e diurética a essa condição. O endotélio parece ter papel relevante nas respostas hemodinâmicas sistêmica ou renal no diabetes. Algumas das alterações observadas no controle da pressão arterial em animais diabéticos podem ser revertidas pelo treinamento físico.