RESUMO
A inclusão de indivíduos portadores da infecção pelo HIV num grupo propenso às altraçòes metabólicas, fortalece a hipótese de que a AIDS contribui como um fator de risco para o desenvolvimento de desordens vaso-oclusivas. O curso e a progressão da AIDS, bem como as medidas terapêuticas contra o HIV têm sido capazes de mostrar uma infinidade de alterações metabólicas aos quais os portadores estão sujeitos. Esses transtornos afetam o metabolismo de componentes plasmáticos como os lipídeos e a homocisteína e tem sido verificado nos portadores do HIV como consequênciade três fatores predominantemente: (i) a própria infecção viral per se que altera os níveis de lipídeos plasmáticos; (ii) deficiências vitamínicas e de micronutrientes, favorecendo a hiper-homocisteinemia (iii) a terapia medicamentosa antiretroviral, que acompanha efeitos idiossincráticos no metabolismo lipídico do portador. Nesse contexto, o indivíduo infectado pelo HIV está inserido num rol de anormalidades que são fatores de risco para a aterogênese. Essas observações podem ser valiosas quando se verifica que, se a sobrevida do portador está sendo aumentada por ocasião da terapia mais efetiva, é por outro lado possível, que seu risco de desenvolver alteraçòes metabólicas e, portanto, iniciar um processo aterogênico, ou exacerbar algum preexistente, tenha também aumento proporcional