RESUMO
O propósito desta publicação é o de levar aos alunos de Graduação em Medicina alguns conhecimentos básicos sobre como fazer e como interpretar o exame clínico do abdômen. Para alcançar o objetivo, procurou-se desenvolver os vinte e oito objetivos enunciados pela coordenadoria do Curso de Semiologia Médica do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP) e que são exigidos dos respectivos alunos, juntamente com a avaliação do desempenho prático. O conteúdo abrange, de forma sumária, os principais tópicos da inspeção, ausculta, palpação e percussão do abdômen
Assuntos
Humanos , Abdome , Exames Médicos , Palpação , Sinais e Sintomas , Auscultação , Procedimentos Clínicos , PalpaçãoRESUMO
As doenças hepáticas crônicas, em fases avançadas, cursam com graves complicações, responsáveis pela maioria das indicações de internações hospitalares e causas de morte dos pacientes. Neste capítulo, são discutidas as principais complicações das doenças hepáticas crônicas, que são a encefalopatia hepática, a peritonite bacteriana espontânea e a síndrome hepatorrenal. São apresentados os aspectos importantes, na prática médica, dessas três condições clínicas, com ênfase na abordagem diagnóstica e terapêutica
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Encefalopatia Hepática/complicações , Encefalopatia Hepática/diagnóstico , Encefalopatia Hepática/terapiaRESUMO
Racional - A doença de Crohn e a retocolite ulcerativa idiopática säo consideradas pouco freqüentes nos países em desenvolvimento, sendo escassos os estudos sobre a sua ocorrência no Brasil. Objetivos - Estudar a freqüência de admissäo de casos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa inespecífica em um hospital universitário ao longo de 20 anos (1980-99) e descrever características demográficas e clínicas desses casos. Métodos - Calculou-se a freqüência de admissäo de casos da doença de Crohn e da retocolite ulcerativa inespecífica de janeiro de 1980 a dezembro de 1999 e analisaram-se todos os casos destas doenças admitidos nos últimos 10 anos desse período. Resultados - No período estudado, registraram-se 257 casos novos, sendo 126 da doença de Crohn e 131 da retocolite ulcerativa inespecífica. A freqüência de admissäo de casos de ambas as doenças aumentou de 40 para 61 casos/10.000 atendimentos, do primeiro para o segundo qüinqüênio, com menor crescimento subseqüente, sendo que a doença de Crohn tornou-se, gradualmente, mais freqüente que a retocolite ulcerativa inespecífica. Em ambas as doenças, houve predomínio de casos do gênero feminino, na faixa etária entre 20 e 50 anos, da cor branca, do estado civil casado e de näo-tabagistas. Ambas as doenças apresentaram-se com os sintomas digestivos próprios e näo houve diferenças entre elas quanto às freqüências de manifestaçöes sistêmicas e extra-intestinais (29,5 por cento vs 23,3 por cento), incluindo as tromboembólicas (5,9 por cento vs 5,5 por cento). Na doença de Crohn, 59,2 por cento dos casos apresentaram complicaçöes (obstruçäo e/ou perfuraçäo), enquanto que 53,7 por cento dos casos de retocolite ulcerativa inespecífica foram de formas mais graves. Nos casos de doença de Crohn com obstruçäo, o tabagismo foi significativamente mais freqüente que nas formas näo-complicadas. Na retocolite ulcerativa inespecífica, as manifestaçöes sistêmicas e as extra-intestinais, bem como o acometimento de todo o cólon, foram significativamente mais freqüentes nas formas mais graves. Conclusöes - Houve aumento da freqüência das doenças inflamatórias intestinais, com a doença de Crohn tornando-se mais comum que a retocolite ulcerativa inespecífica. Tanto uma como outra das afecçöes, apresentaram-se com as características habituais, destacando-se o predomínio das formas mais graves
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Colite Ulcerativa , Doença de Crohn , Brasil , Colite Ulcerativa , Doença de Crohn , Seguimentos , Incidência , Prevalência , Fatores de RiscoRESUMO
O sucesso dos transplantes de fígado certamente seria comprometido se a avaliação pré-operatória dos pacientes não fosse realizada de forma adequada. Isto se justifica devido ao reconhecimento de que o sucesso da cirurgia depende, em princípio, do diagnóstico da doença de base, da determinação de sua extensão e do grau de repercussão sistêmica. No final das décadas de setenta a noventa os progressos da hepatologia na identificação das hepatites virais e no manejo da ascite e da síndrome hepatorrenal melhoraram sobremaneira a expectativa de vida do doente portador de doença hepática crônica. Mas, sem dúvida o transplante ortotópico do fígado (TOF) foi o espetacular avanço da hepatologia moderna. Atualmente o transplante é um tratamento eficaz das hepatopatias crônicas, e o índice de sobrevivência global aos 3 anos é ao redor de 80 por cento. É, portanto, uma alternativa de tratamento indicada nos casos terminais, onde a mortalidade com tratamentos conservadores pode atingir até 70 por cento ao final de 12 meses. Neste artigo, os autores comentam aspectos do TOF, relacionados à indicação e a sobrevida.
Assuntos
Humanos , Hepatopatias , Transplante de Fígado/métodos , Doença Crônica , Cuidados para Prolongar a Vida , Prognóstico , Qualidade de Vida , Doadores de TecidosRESUMO
O transplante de fígado constitui o principal tratamento para os pacientes portadores de doença hepática crônica ou aguda, em situações em que outras opções terapêuticas clínicas e/ou cirúrgicas näo tenham sido eficazes no controle da doença. Dentre as doenças do fígado, o carcinoma hepatocelular, quando de pequeno tamanho, constitui uma das indicações para a realizaçäo do transplante. Relatamos o caso do primeiro paciente submetido ao transplante de fígado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeiräo - USP. Ele era portador de cirrose hepática pelo vírus da hepatite C, associada à presença de carcinoma hepatocelular; enquanto em lista de espera pelo transplante, foi submetido à embolizaçäo arterial e alcoolizaçäo tumoral com o intuito de ser impedida a progressäo da neoplasia. O transplante de fígado foi realizado sem intercorrências cirúrgicas, utilizando-se a técnica de piggyback com anastomose biliar colédoco-colédoco com permanência de dreno de Kher. O esquema imunossupressor utilizado foi o duplo, associando-se ciclosporina A e prednisona. No nono dia de pós-operatório, ocorreu episódio de rejeiçäo celular, tratado com sucesso com metilprednisolona (1.0 g/.dia, IV durante três dias). O paciente recebeu alta hospitalar no 13° dia de pós-operatório. O caso evidencia a importância do diagnóstico precoce e a indicaçäo do transplante de fígado em portadores de carcinoma hepatocelular, bem como, uma das possíveis complicações no pós-operatório. A concretizaçäo de mais um grupo especializado no tratamento das doenças crônicas do fígado e o desenvolvimento científico, tecnológico e de ensino da Regiäo de Ribeiräo Preto, no interior do Estado de Säo Paulo, possibilitaram a realizaçäo, com sucesso, do caso aqui relatado
Assuntos
Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Carcinoma Hepatocelular , Cirrose Hepática , Neoplasias Hepáticas , Transplante de Fígado , Insuficiência Hepática , Hospitais UniversitáriosRESUMO
As pressöes intraluminais do antro gástrico, duodeno e jejuno foram registradas durante 206 minutos após jejum de 12 horas em uma paciente com síndrome carcinóide devida a neoplasia de células enterocromafins do ileo e com metástasis hepáticas. A alteraçäo mais conspícua foi a presença de taquirritmia de 16-17 ondas de pressäo/minuto, predominando nos "fronts" de atividade tanto no duodeno como no jejuno. Períodos com 11-12 ondas/minutos apareceram irregularmente e a ocorrência simultânea de 12 ondas/minuto no duodeno e 16 ondas/minuto no jenuno foi registrada. O antro gástrico permaneceu em quiescência motora durante todo o transcurso do estudo manométrico. Presume-se que as alteraçöes sejam produzidas pelas substâncias secretadas pelo tumor carcinóide
Assuntos
Humanos , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Complexo Mioelétrico Migratório , Neoplasias do Íleo/fisiopatologia , Síndrome do Carcinoide Maligno/fisiopatologia , Manometria , Neoplasias Hepáticas/fisiopatologia , Neoplasias Hepáticas/secundário , TaquicardiaRESUMO
Esta revisäo aborda as mais frequentes urgências gastroenterológicas (hemorragia digestiva alta, pancreatite, insuficiência hepática aguda, peritonite bacteriana espontânea e encefalopatia hepática) na prática clínica, com ênfase em aspectos diagnósticos e terapêuticos
Assuntos
Humanos , Doenças do Sistema Digestório/diagnóstico , Emergências , Encefalopatia Hepática/diagnóstico , Hemorragia Gastrointestinal/diagnóstico , Hepatopatias/diagnóstico , Pancreatite/diagnóstico , Peritonite/diagnóstico , Líquido Ascítico , Doenças do Sistema Digestório/etiologia , Doenças do Sistema Digestório/terapia , Encefalopatia Hepática/etiologia , Hemorragia Gastrointestinal/etiologia , Hemorragia Gastrointestinal/terapia , Hepatopatias/etiologia , Pancreatite/terapia , Peritonite/etiologia , Peritonite/terapia , Sinais em Homeopatia , SintomatologiaRESUMO
Quatro dos pacientes com doença hidática policística por nós observados referiam ter reconhecido doença no fígado de pacas caçadas a fim de serem utilizadas como alimento; as vísceras dessea animais eram, habitualmente, dadas aos cäes domésticos. Todos os nossos 7 pacientes referiam contactos com cäes que previamente haviam ingerido vísceras de pacas. O exame do fígado considerado doente por um dos pacientes e retirado de uma paca abatida na mesma regiäo (Estado do Acre, Brasil) de onde provieram os casos humanos mostrou a presença de cistos hidáticos. As características dos acúleos do protoscolex indicaram tratar-se da forma larval do Eschinococcus vogeli. Essas observaçöes confirmam a participaçäo da paca no ciclo biológico do E. Vogeli e a via pela qual o homem pode tornar-se hospedeiro intermediário alternativo desse equinococo
Assuntos
Animais , Animais Selvagens/parasitologia , Equinococose Hepática/parasitologia , Echinococcus/isolamento & purificação , Roedores/parasitologia , Brasil , Equinococose Hepática/veterináriaRESUMO
Com a finalidade de estudar a freqüência de associaçäo entre duas colopatias comuns entre nós, o megacólon chagásico e a doença diverticular, foram revistos enemas opacos de 243 pacientes com idade superior a 35 anos. Foi observada a presença de divertículos em 22 (21,6%) dos 102 indivíduos näo chagásicos, em dez (35,7%) dos 28 chagásicos sem megacólon e em 14 (12,4%) dos 113 chagásicos com megacólon. Houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos de chagásicos, mas näo entre cada um deles e o grupo de näo chagásicos. A incidência de divertículos no sigmóide do grupo de näo chagásicos foi significativamente maior do que no sigmóide dos outros dois grupos estudados. Nos pacientes com a associaçäo de megacólon e doença diverticular, os divertículos situaram-se, sem exceçäo, nas porçöes näo dilatadas do intestino grosso. Sugere-se que no cólon dilatado de chagásicos existem condiçöes totalmente desfavoráveis à gênese e/ou manutençäo de divertículos