RESUMO
Introdução: O avanço da pandemia de COVID-19 acarretou alterações no sono da população. Os distúrbios do sono têm relação com as principais alterações de saúde mental e também possuem relação com os fatores psicossociais. Objetivo: Estimar a prevalência e fatores associados às alterações na qualidade do sono em usuários acompanhados na Atenção Primária à Saúde durante a pandemia de COVID-19. Métodos: Estudo do tipo transversal, com adultos (idade >18 anos) de ambos os gêneros, acompanhados por uma unidade de saúde. Foram levantadas as informações do prontuário eletrônico da unidade e, durante a visita domiciliar (entre agosto e setembro de 2021), os dados socioeconômicos, fatores de risco, sinais vitais, variáveis antropométricas, hábitos de vida, medicações em uso, uso dos serviços de saúde, internação e consultas no último ano. A qualidade de vida foi avaliada pelo questionário SF-36 e foi usado o Índice de Qualidade do sono Pittsburgh (PSQI). Resultados: A amostra foi formada predominantemente por mulheres (82,9%) com 60,5±11,7 anos de idade, da cor branca (70,7%), com companheiro (61%) e pertencentes à classe C (65,8%). 53,7% da amostra apresentou até duas comorbidades, 87,8% apresentavam sobrepeso/obesidade e 80% faziam uso de anti-hipertensivo. A prevalência de qualidade do sono ruim foi de 87,8% (IC95% 73,195,0). Os achados apontam para uma relação entre má qualidade do sono com consumo de álcool, presença de ≥3 comorbidades, níveis de PAS, uso de ansiolíticos, nível de escolaridade e uso de serviços de saúde durante a pandemia. Conclusões: A alta prevalência de qualidade do sono ruim na amostra estudada sugere que determinantes sociodemográficos, presença de comorbidades e hábitos de vida devem ser considerados para minimizar os efeitos das alterações do sono na pandemia.
Introduction: The advancement of the COVID-19 pandemic has resulted in changes in the sleep patterns of the population. Sleep disorders are related to major mental health changes and are also associated with psychosocial factors. Objective: To estimate the prevalence and factors associated with sleep quality changes among users attended in Primary Health Care during the COVID-19 pandemic. Methods: This was a cross-sectional study involving adults (age >18 years) of both genders who were being followed at a healthcare unit. Information was gathered from the unit's electronic medical records, and during home visits (between August and September 2021), socioeconomic data, risk factors, vital signs, anthropometric variables, lifestyle habits, current medications, healthcare service utilization, hospitalization, and consultations in the past year were collected. Quality of life was assessed using the SF-36 questionnaire, and the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) was used to evaluate sleep quality. Results: The sample consisted predominantly of women (82.9%) with an average age of 60.5±11.7 years, of white ethnicity (70.7%), with a partner (61%), and belonging to class C (65.8%). 53.7% of the sample had up to two comorbidities, 87.8% were overweight/obese, and 80% were using antihypertensive medication. The prevalence of poor sleep quality was 87.8% (95%CI 73.195.0). The findings indicate a relationship between poor sleep quality and alcohol consumption, the presence of ≥3 comorbidities, systolic blood pressure levels, use of anxiolytics, education level, and the use of healthcare services during the pandemic. Conclusions: The high prevalence of poor sleep quality in the study sample suggests that sociodemographic determinants, presence of comorbidities, and lifestyle habits should be considered to minimize the effects of sleep disturbances during the pandemic.
Introducción: El avance de la pandemia de COVID-19 ha ocasionado cambios en el sueño de la población. Los trastornos del sueño están relacionados con los principales cambios en la salud mental y también se asocian con factores psicosociales. Objetivo: Estimar la prevalencia y los factores asociados con alteraciones en la calidad del sueño en usuarios atendidos en la Atención Primaria de Salud durante la pandemia de COVID-19. Métodos: Estudio transversal con adultos (edad >18 años) de ambos géneros que son atendidos en una unidad de salud. Se recopilaron datos del historial clínico electrónico de la unidad y durante la visita domiciliaria (entre agosto y septiembre de 2021) se obtuvieron datos socioeconómicos, factores de riesgo, signos vitales, variables antropométricas, hábitos de vida, medicamentos utilizados, uso de servicios de salud, hospitalización y consultas en el último año. La calidad de vida se evaluó mediante el cuestionario SF-36 y se utilizó el Índice de Calidad del Sueño de Pittsburgh (PSQI). Resultados: La muestra estuvo compuesta predominantemente por mujeres (82,9%) con una edad de 60,5±11,7 años, de raza blanca (70,7%), con pareja (61%) y pertenecientes a la clase C (65,8%). El 53,7% de la muestra presentó hasta dos comorbilidades, el 87,8% tenían sobrepeso/obesidad y el 80% utilizaba medicación antihipertensiva. La prevalencia de mala calidad del sueño fue del 87,8% (IC95% 73,195,0). Los hallazgos señalan una relación entre la mala calidad del sueño y el consumo de alcohol, la presencia de ≥3 comorbilidades, los niveles de presión arterial sistólica (PAS), el uso de ansiolíticos, el nivel de escolaridad y el uso de servicios de salud durante la pandemia. Conclusiones: La alta prevalencia de mala calidad del sueño en la muestra estudiada sugiere que se deben considerar los determinantes sociodemográficos, la presencia de comorbilidades y los hábitos de vida para minimizar los efectos de los trastornos del sueño en la pandemia.
Assuntos
Humanos , Atenção Primária à Saúde , Transtornos do Sono-Vigília , Fatores de Risco , COVID-19RESUMO
ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Pain generates negative consequences in the personal and social life of individuals. The objective of this study was to investigate the association between musculoskeletal pain and individual and contextual aspects in adults in the south of Brazil. METHODS: Cross-sectional analysis of a population-based cohort study (n=571). Musculoskeletal pain was assessed using the adapted and translated version for Brazil of the Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ). In the multivariable analysis, the variables were adjusted for each other taking into account the two levels: contextual and individual. RESULTS: The prevalence of musculoskeletal pain was 71.1% (95% CI: 66.4-75.4). In the adjusted analysis, the following were associated with greater musculoskeletal pain at the contextual level: lower income, lower social support from the neighborhood and lower social action. At the individual level, sex (female), older age, lower education, lower social support and morbidities (≥ 3) were associated. CONCLUSION: The present research findings showed a high prevalence of musculoskeletal pain. Social action at the contextual level remained in the model after adjustment, this association suggests the contribution of socio-environmental factors to health outcomes.
RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dor gera consequências negativas na vida pessoal e social dos indivíduos. O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre dor osteomuscular e aspectos individuais e contextuais em adultos do sul do Brasil. MÉTODOS: Análise transversal de um estudo de coorte de base populacional (n=571). A dor osteomuscular foi avaliada através da versão adaptada e traduzida para o Brasil do Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO). Na análise multivariável, as variáveis foram ajustadas entre si levando em consideração os dois níveis: contextual e individual. RESULTADOS: A prevalência de dor osteomuscular foi de 71,1% (IC 95%:66,4-75,4). Na análise ajustada estiveram associados a maior dor osteomuscular em nível contextual: menor renda, menor apoio social da vizinhança e menor ação social. Em nível individual estiveram associados o sexo (feminino), maior idade, menor escolaridade, menor apoio social e morbidades (≥3). CONCLUSÃO: Os achados desta pesquisa evidenciaram alta prevalência de dor osteomuscular. A ação social no nível contextual permaneceu no modelo após ajustamento, essa associação sugere a contribuição dos fatores socioambientais em desfechos de saúde.
RESUMO
ABSTRACT Objective: To investigate inequalities related to race/ethnicity and socioeconomic status in self-reported positive diagnosis for COVID-19 in Brazilian adults. Methods: Data available from the National Household Sample Survey COVID-19 (PNAD COVID 19) (July/September/November, 2020) were used in this retrospective investigation. The analyses considered the sampling design, primary sampling units, strata and sample weights. Poisson regression with robust variance was used to estimate prevalence ratio (PR) and the 95% confidence interval (95%CI) of the associations. Results: In July, September and November 2020, with regard to the rapid test, indigenous people were 2.45 (95%CI 1.48-4.08), 2.53 (95%CI 1.74-4.41) and 1.23 (95%CI 1.11-1.86) times more likely to report a positive history of SARS-CoV-2 infection, respectively. With regard to the RT-PCR test in November, indigenous people were more likely to test positive for COVID-19 (PR: 1.90; 95%CI 1.07-3.38). It was observed that the indigenous group was 1.86 (95%CI 1.05-3.29) and 2.11 (95%CI 1.12-3.59) times more likely to test positive for COVID-19 in September and November (2020). Income was associated with testing positive for COVID-19: in November, individuals whose income ranged from R$0.00-R$1.044 were more likely (PR: 1.69; 95%CI 1.16-23.06) to test positive using the RT-PCR test; participants whose income was in this range were also more likely to be diagnosed with COVID-19 using blood tests (PR: 1.72; 95%CI 1.43-2.07). Conclusion: The data presented show an association between race/ethnicity and economic status with a positive diagnosis of COVID-19.
RESUMO Objetivo: Investigar as desigualdades relacionadas a raça/etnia e condição socioeconômica no autorrelato de resultado positivo para COVID-19 em adultos brasileiros. Métodos: Os dados disponibilizados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) COVID-19 (julho/setembro/novembro, 2020) foram utilizados nesta investigação retrospectiva. As análises consideraram o desenho amostral, unidades primárias de amostragem, estratos e pesos amostrais. Regressão de Poisson com variância robusta foi utilizada para estimar as razões de prevalência (RP) e o intervalo de confiança de 95% (IC95%) das associações. Resultados: Nos meses de julho, setembro e novembro de 2020, referente ao teste rápido, os indígenas tinham 2,45 (IC95% 1,48-4,08), 2,53 (IC95% 1,74-4,41) e 1,23 (IC95% 1,11-1,86) vezes maior probabilidade de reportar o histórico positivo de infecção por SARS-CoV-2, respectivamente. Com relação ao teste RT-PCR no mês de novembro, os indígenas apresentaram mais chance de testarem positivo para COVID-19 (RP: 1,90; IC95% 1,07-3,38). Foi observado que o grupo de indígenas apresentou 1,86 (IC95% 1,05-3,29) e 2,11 (IC95% 1,12-3,59) vezes mais chances de positivarem para COVID-19 em setembro e novembro (2020). A renda esteve associada com a testagem positiva para a COVID-19: no mês de novembro, indivíduos com renda variando entre R$ 0,00-R$ 1,044 tiveram maior probabilidade (RP: 1,69; IC95% 1,16-23,06) de testarem positivo através do teste RT-PCR; participantes com renda variando na referida faixa de valor também apresentaram maior chance de serem diagnosticados com COVID-19 através de testes sanguíneos (RP: 1,72; IC95% 1,43-2,07). Conclusão: Os dados apresentados evidenciam a associação entre a raça/etnia e o status econômico com o resultado positivo para COVID-19.
RESUMO
Resumo Introdução No Sul do Brasil, a principal causa de mortalidade por neoplasias entre as mulheres está ocupada pelo câncer de mama. O exame clínico anual das mamas está recomendado como medida de rastreamento. Objetivo Investigar a prevalência de não realização do exame clínico de mamas nos últimos 12 meses e fatores associados em mulheres de 20 a 69 anos residentes no município de São Leopoldo/RS em 2015. Método Estudo transversal de base populacional, no qual foram incluídas na análise variáveis demográficas e socioeconômicas. Foram calculadas as razões de prevalência (RP) por regressão de Poisson. Resultados Entre 1.128 mulheres, a prevalência de não realização de exame clínico das mamas foi de 52,6% (IC95%: 51,1-57,2); na análise ajustada, a não realização do exame mostrou-se associada à classe econômica D/E (RP = 1,58; IC95%: 1,16-2,15) e escolaridade de 0 a 4 anos de estudo (RP = 2,16; IC95%: 1,33-3,53). Conclusão As mulheres em situação de vulnerabilidade social apresentaram maior probabilidade de não realização do exame, demonstrando a iniquidade do sistema.
Abstract Background In southern Brazil, the main cause of mortality from cancer among women is breast cancer. Annual clinical breast examination is recommended as a screening measure. Objective To investigate the prevalence of patients that did not perform breast exams in the last 12 months and its associated factors in women aged 20 to 69 years living in São Leopoldo/RS in 2015. Method The present research is a population-based, cross-sectional study; demographic and socio-economic variables were included in the analysis; prevalence ratios (PR) were calculated by Poisson regression. Results Among the 1128 women sampled, the prevalence of not performing clinical breast exams was of 52.6% (95%CI: 51.1-57.2); in the adjusted analysis, not performing clinical breast exams was associated with having a D/E socio-economic status (PR = 1.58; 95%CI: 1.16-2.15), as well as with having an educational level of 0 to 4 years of study (PR = 2.16; 95%CI: 1.33-3.53). Conclusion Women in social vulnerability were more likely to not perform the exams, demonstrating the inequity of the system.
RESUMO
O estudo avaliou as propriedades psicométricas da escala EUROHIS-QOL 8-item em adultos brasileiros. O EUROHIS-QOL 8-item é uma medida de qualidade de vida desenvolvida a partir dos instrumentos genéricos WHOQOL-100 e WHOQOL-BREF. A partir dos dados de uma coorte prospectiva com 1.100 adultos participantes da linha de base em 2006 e 2007, foram realizadas análise fatorial exploratória, consistência interna, confiabilidade e validade discriminante por meio da análise multitraço-multimétodo, com o cálculo das variâncias médias extraídas (AVE). A análise fatorial confirmatória foi conduzida com 573 desses participantes nos anos de 2013 a 2018. Foram testadas soluções com um e com dois fatores nomeados capacidade funcional e condições socioeconômicas. Ambas as soluções apresentaram boa consistência interna e confiabilidade. A correlação entre os itens foi de 0,535 e as AVE foram 0,397 para solução com um fator, e 0,528 e 0,341 para os fatores um e dois, respectivamente, indicando boa validade discriminante na solução bifatorial. Os dois fatores tiveram autovalores maiores que um e cargas fatoriais variando de 0,398 a 0,915. O ajustamento da solução unifatorial foi: χ2 = 186 (g.l. = 18), p < 0,001, RMSEA = 0,128 (IC90%: 0,111-0,145), CFI = 0,960, TLI = 0,938 e SMRM = 0,042; enquanto na bifatorial era: χ2 = 135 (g.l. = 17), p < 0,001, RMSEA = 0,110 (IC90%: 0,093-0,128), CFI = 0,972, TLI = 0,954 e SMRM = 0,035. De modo geral, os resultados fornecem evidências razoáveis da validade de construto e confiabilidade do EUROHIS-QOL 8-item. Instrumentos com menor número de itens, como é o caso, proporcionam maior praticidade e são ideais para utilização em estudos de base populacional com uso de amostras extensas.
The study evaluated the psychometric properties of the EUROHIS-QOL 8-item scale in Brazilian adults. The EUROHIS-QOL is a measurement of quality of life developed based on the generic instruments of WHOQOL-100 and WHOQOL-BREF. Based on data from a prospective cohort of 1,100 adults, participants in the baseline in 2006 and 2007, exploratory factor analysis, internal consistency, reliability, and discriminant validity were performed via multitrait-multimethod analysis, with the calculation of the average variance extracted (AVE). Confirmatory factor analysis was conducted with 573 of these participants in 2013 to 2018. Solutions were tested with one and with two factors named functional capacity and socioeconomic conditions. Both solutions presented good internal consistency and reliability. The correlation between the items was 0.535, and the AVE was 0.397 for solution with one factor, and 0.528 and 0.341 for factors one and two, respectively, indicating good discriminant validity in the bifactorial solution. Both factors had eigenvalues greater than one and factor loadings ranging from 0.398 to 0.915. The adjustment of the unifactorial solution presented: χ2 = 186 (g.l. = 18), p < 0.001, RMSEA = 0.128 (90%CI: 0.111-0.145), CFI = 0.960, TLI = 0.938, and SMRM = 0.042; while in the bifactorial presented: χ2 = 135 (g.l. = 17), p < 0.001, RMSEA = 0.110 (90%CI: 0.093-0.128), CFI = 0.972, TLI = 0.954, and SMRM = 0.035. Overall, the results provide reasonable evidence for the construct validity and reliability of the EUROHIS-QOL 8-item. Instruments with fewer items, as in our case, provide greater practicality and are ideal for use in population-based studies with extensive samples.
El estudio evaluó las propiedades psicométricas de la escala EUROHIS-QOL 8-ítems (Europe Health Interview Surveys Quality of Life Abbreviated Instrument) en adultos brasileños. El índice de 8 ítems EUROHIS-QOL es una medida de calidad de vida desarrollada con base en los instrumentos genéricos WHOQOL-100 (World Health Organization Quality of Life Instrument) y WHOQOL-BREF (World Health Organization Quality of Life Abbreviated Instrument). Con base en los datos de una cohorte prospectiva de 1.100 adultos que participaron en la línea de base en 2006 y 2007, se realizaron los análisis factorial exploratorio, de consistencia interna, de confiabilidad y de validez discriminante mediante un análisis multirrasgo-multimétodo, con el cálculo de la varianza media extraída (AVE). Se realizó un análisis factorial confirmatorio con 573 de estos participantes de 2013 hasta 2018. Se probaron soluciones de uno y dos factores denominados capacidad funcional y condiciones socioeconómicas. Ambas soluciones presentaron buena consistencia interna y confiabilidad. La correlación entre los ítems fue de 0,535 y las AVE fueron de 0,397 para la solución de un factor y de 0,528 y 0,341 para los factores uno y dos, respectivamente, lo que indica una buena validez discriminante en la solución bifactorial. Los dos factores tuvieron autovalores mayores a uno y cargas factoriales que oscilaron entre 0,398 y 0,915. El ajuste de la solución unifactorial fue: χ2 = 186 (g.l. = 18), p < 0,001, RMSEA = 0,128 (IC90%: 0,111-0,145), CFI = 0,960, TLI = 0,938 y SMRM = 0,042; mientras que en la bifactorial fue: χ2 = 135 (g.l. = 17), p < 0,001, RMSEA = 0,110 (IC90%: 0,093-0,128), CFI = 0,972, TLI = 0,954 e SMRM = 0,035. En general, los resultados proporcionan evidencias razonables de la validez de constructo y confiabilidad del EUROHIS-QOL 8-ítems. Los instrumentos con menor número de ítems, como es el caso, proporcionan mayor practicidad y son ideales para su uso en estudios de base poblacional con muestras amplias.
RESUMO
Objetivo: estimar a prevalência de exame citopatológico não realizado nos últimos três anos e de nunca realizado em mulheres, e analisar fatores associados. Métodos: estudo transversal, com mulheres de 20 a 69 anos de idade, em São Leopoldo, RS, Brasil, em 2015; calcularam-se as razões de prevalência (RP) por regressão de Poisson. Resultados: entre 919 mulheres, a prevalência de exame atrasado foi 17,8% (intervalo de confiança de 95% [IC95%15,4;20,3), e de nunca realizado, 8,1% (IC95%6,3;9,8); na análise ajustada, o aumento na prevalência de exame atrasado mostrou-se associado à classe econômica D/E (RP=2,1 - IC95%1,3;3,5), idade de 20-29 anos (RP=3,2 - IC95%2,1;4,9) e nenhuma consulta realizada (RP=3,0 - IC95%2,1;4,1); nunca ter realizado exame associou-se com classe econômica D/E (RP=2,6 - IC95%1,4;5,0), idade de 20-29 anos (RP=24,1 - IC95%6,4;90,9) e nenhuma consulta (RP=2,9 - IC95%1,7;4,8). Conclusão: a cobertura de exame foi alta e com iniquidade.
Objetivo: estimar la prevalencia de examen en mujeres, no realizado en los últimos tres años y de nunca realizado, y analizar factores asociados. Métodos: estudio transversal con mujeres de 20 a 69 años de edad de São Leopoldo, RS, Brasil, en 2015; se calcularon las razones de prevalencia (RP) por la regresión de Poisson. Resultados: entre 919 mujeres, la prevalencia de examen retrasado fue 17,8% (intervalo de confianza del 95% [IC95%]15,4;20,3) y de nunca realizado fue del 8,1% (IC95%6,3;9,8); en el análisis ajustado, el aumento en la prevalencia de examen retrasado se asoció con clase económica D/E (RP=2,1 - IC95%1,3;3,5), a edad entre 20-29 años (RP=3,2 - IC95%2,1;4,9) y ninguna consulta (RP=3,0 - IC95%2,1;4,1); nunca haber realizado examen se asoció con clase D/E (RP=2,6 - IC95%1,4;5,0), a 20-29 años de edad (RP=24,1 - IC95%6,4;90,9) y ninguna consulta (RP=2,9 - IC95%1,7;4,8). Conclusión: la cobertura de examen fue alta y con inequidad.
Objective: to estimate the prevalence of Pap tests not performed in the last three years and never performed in women and to analyze factors. Methods: this was a cross-sectional study with women aged 20 to 69 years living in São Leopoldo, RS, Brazil, in 2015; prevalence ratios (PR) were calculated using Poisson regression. Results: among 919 women, prevalence of delayed testing was 17.8% (95% confidence interval [95%CI]15.4;20.3) and never tested prevalence was 8.1% (95%CI6.3%;9.8%); in the adjusted analysis, the increase in the prevalence of delayed testing was associated with economic class D/E (PR=2.1 - 95%CI1.3;3.5), being aged 20-29 years (PR=3.2 - 95%CI2.1;4.9) and not having had a medical appointment (PR=3.0 - 95%CI2.1;4.1); never having tested was associated with economic class D/E (PR=2.6 - 95%CI1.4;5.0), being aged 20-29 years (PR=24.1 - 95%CI6.4;90.9), and not having had a medical appointment (PR=2.9 - 95%CI1.7;4.8). Conclusion: coverage of the test was high but characterized by social inequality.
Assuntos
Humanos , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Fatores Socioeconômicos , Esfregaço Vaginal , Doenças do Colo do Útero/prevenção & controle , Doenças do Colo do Útero/epidemiologia , Disparidades nos Níveis de Saúde , Teste de Papanicolaou , Brasil , Serviços de Saúde da Mulher , Estudos Transversais , Saúde da Mulher , Prevenção Secundária , Doenças dos Genitais Femininos/diagnósticoRESUMO
RESUMO: Introdução: O uso de substâncias ilícitas é uma preocupação em saúde pública. O estudo descreve sua prevalência entre estudantes do nono ano do turno diurno de escolas públicas e privadas do Brasil, identificando fatores associados. Método: Foram analisados dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015. A experimentação de drogas ilícitas (maconha, cocaína, crack, cola, loló, lança perfume, ecstasy ou oxy) alguma vez na vida foi avaliada. Os dados foram submetidos à análise descritiva e regressão de Poisson para estimativa de razões de prevalência brutas e ajustadas. Resultados: O uso na vida de drogas ilícitas foi relatado por 9,0% dos escolares, foi mais prevalente entre as meninas e relacionado ao uso de álcool e tabaco, à atividade sexual e também à percepção de solidão, pouco vínculo/responsabilização entre escola e pais e vivências de agressões no ambiente familiar. O desfecho esteve inversamente associado ao contato próximo e à supervisão dos pais. O desfecho também foi mais prevalente entre escolares com maior escolaridade materna e inserção no mercado de trabalho e entre jovens de escolas públicas. Discussão: A prevalência do uso na vida de drogas ilícitas mantém-se estável entre as edições da PeNSE, mas em 2015 o comportamento predominou entre as meninas, ainda associado às mesmas condições de estudos anteriores. Conclusão: Família e escola se expressam de modo protetor, especialmente quando há supervisão e cuidados diretos. É preciso estar igualmente atento a meninas e meninos com relação a esse tema.
ABSTRACT: Introduction: The use of illicit drugs is a public health concern. This paper describes the prevalence and factors associated with the use of illicit drugs throughout life among 9th grade students attending public and private schools in daylight period in Brazil. Method: Data from the Brazilian Adolescent School-based Health Survey (PeNSE) were analyzed. Use of illicit drugs at some point in life was assessed considering marijuana, cocaine, crack, solvent-based glue, ether-based inhalants, ecstasy, and oxy. Data were analized descriptively and by the Poisson's regression model. Results: The use of illicit drugs at least once in life was reported by 9,0% of participants, being more prevalent among girls and associated with alcohol or tobacco use, active sexual life, feeling of loneliness, little or no contact between school and parents, and the experience of familial aggressions. The outcome was inversely associated with close contact with parents and their supervision. Prevalence was higher among participants whose mothers had higher educational levels and had, who had a payed job, and who attended public schools. Discussion: The prevalence of lifetime use of illicit drugs was stable when the three PeNSE samples were compared, but it resulted more common among girls in 2015 for the first time and was associated with the same conditions found in prior studies. Conclusion: Family and school appear to be protective factors, especially when there is direct supervision and care. It is important that both girls and boys are given the same attention when it comes to this this subject.