Assuntos
Humanos , Anti-Hipertensivos/administração & dosagem , Hipertensão/tratamento farmacológico , Guias de Prática Clínica como Assunto , Sociedades Médicas , Brasil , Pressão Sanguínea/efeitos dos fármacos , Transtornos Cerebrovasculares/complicações , Doença das Coronárias/complicações , Quimioterapia Combinada/métodos , Fatores de Risco , Insuficiência Renal Crônica/tratamento farmacológico , Resultado do TratamentoRESUMO
INTRODUÇÃO: O exercício aeróbio é recomendado para o tratamento da hipertensão. Sua intensidade pode ser prescrita com base na porcentagem da frequência cardíaca máxima (%FCmáx) ou no consumo pico de oxigênio (%VO2pico) em que os limiares ventilatórios (LV) são alcançados. Entretanto, alguns hipertensos que iniciam o treinamento podem estar tomando betabloqueadores, o que pode influenciar esses parâmetros. OBJETIVO: verificar os efeitos do atenolol sobre os LV de hipertensos sedentários. MÉTODOS: Nove voluntários realizaram dois testes ergoespirométricos máximos após quatro semanas de tratamento com atenolol (25 mg administrado por via oral duas vezes por dia) e com placebo, administrados em ordem fixa e de forma cega. Durante os testes, a frequência cardíaca (FC), a pressão arterial (PA) e o VO2 no repouso, limiar anaeróbio (LA), ponto de compensação respiratória (PCR) e pico do esforço foram analisados. RESULTADOS: O VO2 aumentou progressivamente no exercício e seus valores foram semelhantes nos dois tratamentos. A PA sistólica e a FC também aumentaram no exercício, mas seus valores absolutos foram significativamente menores com o atenolol. Porém, o aumento da PA sistólica e da FC no exercício foi semelhante com os dois tratamentos. Assim, o percentual da FCmáx e o percentual do VO2pico em que LA e PCR foram alcançados não diferiram entre o placebo e o atenolol. CONCLUSÃO: O atenolol na dosagem de 50 mg/dia não afetou o percentual do VO2pico e da FCmáx em que os LV são atingidos, o que confirma que a prescrição de intensidade de treinamento com base nessas porcentagens pode ser mantida em hipertensos que recebem betabloqueadores.
INTRODUCTION: Aerobic exercise is recommended for the treatment of hypertension. Its intensity can be prescribed based on the percentage of maximum heart rate (% MHR) or peak oxygen consumption (VO2peak%) in which the ventilatory thresholds (VT) are achieved. However, some hypertensive patients who begin aerobic training may be receiving beta-blockers, which can influence these parameters. OBJECTIVE: To investigate the effects of atenolol on VT of sedentary hypertensive patients. METHODS: Nine volunteers performed two cardiopulmonary exercise tests until exhaustion after 4 weeks of treatment with atenolol (25 mg orally twice daily) and with placebo, administered in a fixed order and in a blinded manner. During the tests, heart rate (HR), blood pressure (BP), VO2 at rest, anaerobic threshold (AT), respiratory compensation point (RCP) and peak effort were analyzed. RESULTS: VO2 increased progressively throughout the exercise and the values were similar for both treatments. Systolic blood pressure and heart rate also increased progressively during the exercise, but their absolute values were significantly lower with atenolol. However, the increase in systolic BP and HR during exercise was similar in both treatments. Thus, the % of MHR and %VO2peak at which LA and PCR were achieved were not different between placebo and atenolol. CONCLUSION: Atenolol, at a dosage of 50mg/day, did not affect the % of VO2peak and % of MHR corresponding to the VTs, which confirms that prescription of training intensity based on these percentages is adequate to hypertensive patients receiving beta-blockers.
RESUMO
FUNDAMENTO: A felipressina foi adicionada ao anestésico local para aumentar a duração do efeito anestésico e reduzir a toxicidade nos procedimentos dentários. No entanto, o efeito sobre a pressão arterial é incerta, e isso pode ser altamente relevante no tratamento dentário de pacientes hipertensos. OBJETIVO: Investigar o efeito da felipressina sobre a pressão arterial em pacientes hipertensos com pressão arterial controlada. MÉTODOS: Foram estudados 71 indivíduos com essas características e com necessidade de tratamento periodontal. Após 10 minutos de repouso, a anestesia local (prilocaína) foi infiltrada com e sem adição de felipressina. Em seguida, uma raspagem subgengival profunda foi realizada. A pressão arterial foi medida por um equipamento oscilométrico automático (DIXTAL DX2010). Dez minutos após a administração do anestésico, o pico de ação anestésica foi gravado. O Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE) foi utilizado para avaliar o traço de ansiedade nos pacientes. RESULTADOS: A pressão arterial sistólica aumentou após a anestesia, independentemente da associação com felipressina, durante todo o procedimento dentário (p < 0,05), e essa resposta pode ser explicada, pelo menos em parte, pelos níveis de traço de ansiedade dos indivíduos. No entanto, um aumento adicional na pressão arterial diastólica foi observado quando a prilocaína foi associada a felipressina (p < 0,05), mas essa resposta não se alterou com os níveis de traço de ansiedade. CONCLUSÃO: A felipressina aumentou a pressão arterial diastólica de pacientes hipertensos com pressão arterial controlada. Pacientes com traço de ansiedade elevado apresentaram aumento na pressão arterial sistólica em alguns procedimentos, sugerindo que um aumento da pressão arterial também pode estar relacionado ao medo ou à ansiedade.
BACKGROUND: Felypressin has been added to local anesthetic to increase the length of the anesthetic effect and reduce toxicity during dental procedures. However, the effect on blood pressure remains uncertain, and this may be highly relevant in the dental treatment of hypertensive patients. OBJECTIVE: To investigate the effect of felypressin on blood pressure in hypertensive patients with controlled BP. METHODS: 71 subjects with these characteristics and in need of periodontal treatment were studied. After 10 minutes of rest, local anesthesia (prilocaine) was infiltrated with and without addition of felypressin. Then, a deep subgingival scaling was performed. Blood pressure was measured by an automated oscillometric device (DIXTAL DX2010). Ten minutes after the administration of the anesthetic, peak anesthetic action was recorded. The State-Trait Anxiety Inventory (STAI) was used to assess the patients' trait anxiety. RESULTS: Systolic blood pressure increased after anesthesia, regardless of association with felypressin, throughout the dental procedure (p<0.05) and this response can be explained, at least in part, by the trait anxiety levels of the subjects. However, a further increase in diastolic blood pressure was observed when prilocaine was associated with felypressin (p<0.05), but this response did not change with trait anxiety levels. CONCLUSION: Felypressin increased the diastolic blood pressure of hypertensive patients with controlled blood pressure. Patients with high trait anxiety presented increases in systolic blood pressure upon some procedures, suggesting that an increase in blood pressure might also be related to fear or anxiety.
Assuntos
Adulto , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Anestesia Dentária/efeitos adversos , Pressão Sanguínea/efeitos dos fármacos , Felipressina/efeitos adversos , Hipertensão/induzido quimicamente , Vasoconstritores/efeitos adversos , Análise de Variância , Ansiedade/psicologia , Hipertensão/psicologia , Doenças Periodontais/terapia , Estatísticas não Paramétricas , Fatores de TempoRESUMO
A pressão arterial, como qualquer outra variável fisiológica, tem distribuição normal entre a população. Há uma relação contínua entre pressão arterial e doença cardiovascular, mas não há um valor-limite que separe os pacientes hipertensos que terão um evento cardiovascular futuro daqueles que não o terão. O risco de doença cardiovascular depende da pressão arterial, dos fatores de risco coexistentes e da existência de lesões em órgãos-alvo. O Seventh Joint National Committee (JNC 7) reuniu indivíduos com pressão arterial normal e normal-alta em único grupo, denominado pré-hipertensão. Nessa diretriz, a pré-hipertensão é considerada um precursor da hipertensão estágio 1 e índice prognóstico de risco cardiovascular. O estudo inicial deFramingham, porém, assim como as Diretrizes Europeias e Brasileiras de Hipertensão, não sustenta a ideia de rotular indivíduos com pressão arterial normal como sendo pré-hipertensos. A questão-chave que permanece sem resposta é se indivíduos com pressão arterial normal-alta devem ser tratados farmacologicamente antes que progridam para hipertensão. Sabemos que a elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente, linear e contínuo para os pacientes, que podem ser vitimados por doenças cardiovasculares.
Blood pressure, like any physiological variable, is normally distributed in the population. There is a continuous relation between blood pressure and cardiovascular disease, but no clear threshold value separates hypertensive patients who will experience future cardiovascular events from those who will not. The risk of cardiovascular disease depends on blood pressure, coexistent risk factors, and whether there is hypertensive damage to target organs. The JNC 7 guidelines combined subjects with normal and high-normal blood pressure into a single group called prehypertension. In this guideline, prehypertension is considered a precursor of stage 1 hypertension and a predictorof excessive cardiovascular risk. However, the initial Framingham study, European and Brazilian hypertension guidelines do not support the idea of labeling subjects with normal blood pressure as being prehypertensive. The key question whether subjects with high-normalblood pressure should be pharmacologically treated beforet hey progress to hypertension remains unanswered. Life-style measures can reduce blood pressure and may prove useful in those with high normal/prehypertension blood pressures
Assuntos
Humanos , Hipertensão/epidemiologia , Hipertensão/prevenção & controleRESUMO
Em estudo multicêntrico e randomizado, avaliamos a eficácia anti-hipertensiva, tolerabilidade e efeito sobre a calemia da combinação fixa de clortalidona e amilorida comparada à clortalidona isolada no tratamento de pacientes com hipertensão arterial primária estágios 1 e 2. Após três semanas de descontinuidade da medicação anti-hipertensiva prévia, 201 pacientes de ambos os sexos foram randomizados para tratamento com a combinação fixa na dose de 25/5 mg (102 pacientes) ou com a clortalidona isolada na dose de 25 mg (99 pacientes), durante 12 semanas consecutivas. Resultados: observamos que a combinação fixa apresentou alta eficácia anti-hipertensiva (ΔPA = 21,7/12,6 mmHg, percentual de respondedores igual a 80,4 e 67,4
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Amilorida/uso terapêutico , Anti-Hipertensivos/uso terapêutico , Clortalidona , Hipertensão/terapia , Potássio , Resultado do Tratamento , Tolerância a MedicamentosRESUMO
Foram entrevistados 205 hipertensos em tratamento ambulatorial para avaliar o papel do perfil bio-social no conhecimento e grau de gravidade da doença. As características da população foram: 72% mulheres, 63% brancos, 78% com mais de 40 anos, 60% casados, 68% com baixa escolaridade, 41% com renda de 1 a 3 salários, 75% com peso elevado, 76% não fumantes, 89% sem atividade física regular, e das mulheres 48% já tinham usado hormônios anticoncepcionais. A análise evidenciou que a ausência de conhecimento se associou com sexo masculino, idade entre 20 e 40 anos, viúvo, não branco e peso normal. Pressão arterial mais elevada (diastólica> 110 mm Hg) se associou com mais de 60 anos, não casado, acima do peso, baixa escolaridade, baixa renda, com mais de 5 anos de hipertensão e já ter feito tratamento anterior
We interviewed 205 hypertensives to characterize social demographic data, life style, history and awareness of hypertension. Most patients were female (72%), white (63%), over 40 years old (78%), married (60%), and had low level of education (68%). Their family income was lower than US$ 3000 a year (41%). In terms of weight, 75% were classified as overweight, 76% were non smoker, and 89% did not do any regular physical activity. The profile of the hypertensives who were unaware of the disease was: male, 20-40 years old, widow, not white, and non-obese. The profile of the hypertensives who had high level of hypertension (diastólic> 110 mm Hg) was older than 60 years old, not married, overweight, low level of education, low income, with more than 5 years of hypertension, and previously treated
Assuntos
Humanos , Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde , Hipertensão , Perfil de SaúdeRESUMO
A medida da pressão arterial faz parte do exame físico e deve ser realizada em toda consulta médica. Para avaliar se a pressão arterial é medida nas consultas médicas, foram consultados 500 prontuários de pacientes de primeira consulta ambulatorial, sendo 335 (67%) provenientes de clínicas médicas e cirúrgicas e 165 (33%) das clínicas ginecológica e obstétrica. A pressão arterial foi anotada em 39% das consultas realizadas (135±32/85±19 mm Hg), sendo que em 11% destas anotações a pressão diastólica estava acima de 90 mm Hg. Em relação ao diagnóstico prévio de hipertensão arterial verificou-se que: a) em 62% dos prontuários não havia esta informação; b) 20% referiram ter hipertensão, e em 79% destes a pressão arterial foi anotada; e c) 18% referiram não ter hipertensão e 46% destes tiveram registro da pressão arterial. Portanto, a maior parte dos pacientes não teve sua pressão arterial anotada.
The blood pressure measure is part of the physical exam and it should be accomplished in every medical consultation. To verify the blood pressure measured in the accomplished medical consultations record of first they were consulted it consults 500 patient's ambulatorial being 335 (67%) coming of medical and surgical clinics and 165 (33%) of the gynecological and obstetric clinics. The blood pressure was written down in 39% of the accomplished consultations (135+32 mm Hg 85+19 mm Hg), and 11% of this annotations the pressure diastólica was above 90 mm Hg. In relation to the previous diagnosis of hypertension it was verified that: a) in 62% of the records there was not this information; b) 20% referred to have hypertension, and in 79% of these the arterial pressure was scored; and c) 18% referred not to have hypertension and 46% of these had registration of the arterial pressure. Therefore, most of the patients didn't have its logged arterial pressure.