RESUMO
Correlações clínico-virológicas nos quadros infecciosos causados por citomegalovírus em pacientes com transplantes renais. Foi realizado um estudo prospectivo em uma população de transplantados renais com finalidade de verificar a incidência da infecção e doença por CMV. Após aplicar critérios de exclusão, 19 pacientes foram seguidos em um programa de detecção de CMV baseado em isolamento viral e sorologia. Nove pacientes (48 por cento) desenvolveram infecção por CMV e cinco (26 por cento) apresentaram manifestações clínicas. Estas infecções foram difícies de identificar devido à confusão com outras infecções e rejeição. Vale destacar três episódios de disfunção renal que foram inicialmente considerados como devido à rejeiçaõ ao transplante. A imunofluorescência indireta para IgM anti-CMV provou ser o método mais específico e precoce para detecção da doença por CMV. Após um ano de seguimento não se observou efeito deletério sobre a função do enxerto. Nossos resultados sugerem que a doença por CMV em transplantados renais não é menos comum no Brasil. Muitos epsódios podem escapar ao diagnóstico caso um programa de detecção prospectiva não seja organizado. Mesmo assim pode-se perder um tempo valioso até os resultados tornarem-se disponíveis.