Como a imagem de cientista aparece em curtas de animação? / How does the image of the scientist appear in short animation films?

Resumo Este é um estudo das representações da ciência e de cientistas em filmes de curta-metragem sobre ciência e tecnologia exibidos no Festival Anima Mundi de 1993 a 2013 considerando elementos simbólicos mobilizados na construção do imaginário científico. Entre 405 filmes sobre ciência e tecnologia, foram selecionados 102 para análise de conteúdo. Destacaram-se a produção brasileira (91) e as áreas da genética, biotecnologia e astronomia. Principais enfoques narrativos foram desenvolvimentos tecnológicos, questões éticas e explicação de processos científicos. Em 80% dos curtas aparecem cientistas - majoritariamente homens brancos e adultos, de jaleco/uniforme, em laboratórios secretos. Presença em locais como palco, mídia e indústrias aponta para uma representação de cientista que reivindica visibilidade perante a sociedade.

Abstract This is a study on the way science and scientists are represented in short films on science and technology featured in Anima Mundi Festival (1993-2013), considering symbolic elements that contribute to the image of science. Amongst 405 films on science and technology, 102 were selected for analysis. Brazilian productions predominated (91), as did films featuring genetics, biotechnology, and astronomy. The narratives mostly address technology development, ethical considerations, and explanations of scientific processes. Scientists appear in 80% of the films - mostly white men, wearing a white coat or uniform, in secret laboratories. Scientists' presence in public spaces - stages, the media, industry - indicates a call for their greater visibility in society.

As opinioes dos brasileiros sobre ciencia e tecnologia: o paradoxo da relacao entre informacao e atitudes / Brazilian opinions about science and technology: the paradox of the relation between information and attitudes

Em muitos debates sobre as relações entre ciência e sociedade, em particular quanto à aceitação das tecnologias ou à percepção de seus riscos, existe uma hipótese subjacente: a de que a ignorância gera medo, e o medo gera desconfiança ou hostilidade contra a ciência e a tecnologia. Neste artigo mostramos que essa hipótese é questionável. Com base numa recente enquete nacional, apontamos que atitudes otimistas sobre ciência e tecnologia não dependem do nível escolar ou da informação declarada ou acessada pelas pessoas sobre o tema. Indivíduos com escassa informação possuem, em geral, atitudes positivas. Pessoas com maior escolaridade e acesso à informação possuem atitudes diversificadas, otimistas sobre alguns aspectos, porém mais críticas sobre outros.

In many debates on the relation between science and society, especially concerning the acceptance of technology or the perception of its risks, there is an underlying hypothesis: that ignorance generates fear, which in turn generates mistrust or hostility toward science and technology (S&T). The article shows that this hypothesis is questionable. Based on a recent nationwide survey in Brazil, we show that optimistic attitudes about S&T do not depend on people’s educational level, their level of information, or their accessing of related subject matter. On average, respondents who say they have scarce information on the topic display positive attitudes. Those with a higher educational level and who access information display diverse attitudes, which are optimistic in some regards but more critical in others.

Para que um diálogo entre ciência e arte? / Why should science and art engage in dialogue?

A presente edição tem por objetivo convidar o leitor a se engajar no debate sobre ciência e arte. Os textos buscam oferecer pontos de vista e abordagens diversificados sobre tão vasto tema. Trata-se de um conjunto produzido por autores nacionais e internacionais que refletem sobre proximidades e assimetrias concretas entre ciência e arte.