RESUMO
A cafeína pontencializa a funçäo do músculo esquelético in vitro, mas há poucos dados sobre seu efeito no homem. Foram examinados os efeitos de dose máxima tolerada de cafeína (600mg) na funçäo dos músculos respiratórios e quadríceps em seis pessoas normais (cinco homens, idade 25-41 anos), como é mostrado a seguir: 1) Em estudo sobre o efeito agudo no músculo quadríceps femoris, seis pessoas realizaram quatro contraçöes máximas voluntárias isométricas (MVC). A seguir, foram produzidas contraçöes tetânicas isométricas involuntárias com estimulaçäo elétrica de 20Hz, aplicada através de elétrodos de superfície, com voltagem suficiente para alcançar 30 por cento MVC. Este estímulo constante foi repetido dez vezes, a intervalos de cinco minutos, antes de cafeína ou placebo ter sido ingerido em cada um dos quatro dias de estudo. Trinta minutos após, foram medidas outras dez estimulaçöes elétricas idênticas às descritas anteriormente e quatro MVCs. 2) Em estudo controlado cruzado dos efeitos da cafeína sobre a força de músculos respiratórios e da força e fadiga do quadríceps femoris, quatro pessoas ingeriram cafeína ou placebo em quatro dias de estudo. Uma hora após, cada sujeito realizou quatro pressöes bucais inspiratórias e expiratórias máximas (PImáx & PEmáx) e mediu-se duas vezes a força produzida por estimulaçäo elétrica com freqüências de dez, 20, 30, 50 e 100Hz. Entäo, foi produzida fadiga por estimulaçäo repetitiva durante dois minutos com freqüência de 20Hz, ciclo de 50 por cento e força inicial de 30 por cento MVC. Um e dez minutos após, repetiu-se a curva freqüência-força. Näo houve diferença significativa nas MVC, PImáx e PEmáx produzidas após cafeína e placebo. Cafeína näo teve efeito significativo no desenvolvimento da fadiga (medida por amplitude das contraçöes e máxima taxa de relaxamento) e na sua recuperaçäo. No quadríceps femoris, encontramos pequeno mas estatisticamente significativo aumento da força de contraçäo estimulada eletricamente com baixa freqüência (20Hz).