RESUMO
Objetivo: Descrever os possíveis acometimentos perinatais e no neurodesenvolvimento infantil entre crianças expostas à sífilis durante a gestação comparadas com crianças que não foram expostas à sífilis. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo de caso controle. Houve aprovação do comitê de ética da instituição. Foram incluídas crianças nascidas de mulheres que tiveram resultado positivo para sífilis durante a gestação, sem outra infecção congênita associada. Para cada caso, foram selecionados dois controles pareados pelo mês de nascimento e sexo, e que não apresentavam nenhuma doença tipo TORCH ou arboviroses. Dados sociodemográficos, socioeconômicos e de saúde maternos e dados de saúde do recém-nascido foram coletados por análise de prontuário. Foi utilizado o teste estatístico de qui-quadrado, e valor de p < 0,05 foi considerado significante, sendo calculada a razão de chances (OR) bruta e seus respectivos intervalos de 95% de confiança. Resultados: Após a aplicação de critérios de inclusão e exclusão, foram analisados 29 casos de exposição fetal de sífilis durante gravidez pareados com 58 controles. O estudo observou que no grupo do caso havia mulheres mais jovens e com menor escolaridade. Em relação às alterações fetais, não encontramos mudanças estruturais. Foram encontradas alterações motoras em quatro crianças do grupo exposto à sífilis na gravidez, mas que não persistiram. Até 1 ano de vida, as crianças estavam sem qualquer tipo de alteração. Conclusões: A população de mulheres mais vulnerável a adquirir infecções sexualmente transmissíveis parece ainda ser a mais jovem e com menos escolaridade. Ser exposto à sífilis durante a gravidez não aumentou o risco para atrasos de desenvolvimento provavelmente pelo tratamento adequado.
Objective: To describe the possible perinatal and child neurodevelopmental involvement among children exposed to syphilis during pregnancy compared with children who were not exposed to syphilis. Methods: This is a retrospective case-control study. It was previously approved by the institution's ethics committee research. Children born to women who tested positive for syphilis during pregnancy, without another associated congenital infection, were included. For each case, two controls were selected, matched by month of birth and sex, and who did not present TORCH syndrome or arboviruses. Sociodemographic, socioeconomic, and maternal and newborn health data were collected in the medical record. The chi-square statistical test was used, a p-value of < 0.05 was considered significant and crude odds ratio (OR) and their respective 95% confidence intervals were calculated. Results: After applying the inclusion and exclusion criteria, 29 cases of fetal syphilis exposure during pregnancy were analyzed and matched with 58 controls. The study found that in the case group the women were younger with less education. Regarding fetal alterations, we did not find structural changes. The study encountered motor changes in four children from the group exposed to syphilis during pregnancy, which did not persist. Up to 1 year of life, the children were without any type of alterations. Conclusions: The population of women most vulnerable to acquire sexually transmitted infections still seems to be the youngest and less educated. Being exposed to syphilis during pregnancy did not increase the risk for developmental delays, probably due to adequate treatment.