RESUMO
Objetivos: Este estudo visou a determinar as frequências dos fenótipos Duffy em pacientes com toxoplasmose ocular, comparando-as com as frequências de indivíduos sem a doença, bem como avaliar o sistema sanguíneo Duffy como fator de risco para a toxoplasmose ocular. Local: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu-UNESP, Setor de Uveítes. Casuística e Métodos: Foram estudados 134 indivíduos de ambos os sexos, divididos em dois grupos: Grupo com Toxoplasmose Ocular (GT), composto por 68 pacientes com o diagnóstico da doença e Grupo de Controle (GC), composto por 66 indivíduos sem a doença. Para estabelecer ou excluir o diagnóstico de toxoplasmose ocular, os pacientes e indivíduos estudados passaram por avaliação clínica e laboratorial. Resultados: Os resultados obtidos determinaram as seguintes frequências fenotípicas: no grupo GT, FY(a+b+) em 53,57 por cento dos pacientes; Fy(a+b-) em 21,43 por cento; Fy(a-b+) em 21,43 por cento e Fy(a-b-) em 3,57 por cento dos pacientes estudados.No grupo CG as frequências foram: Fy(a+b+), 25,40 por cento; Fy(a+b-), 19,05 por cento; Fy(a-b+), 44,44 por cento e Fy(a-b-), 11,11 por cento. Houve diferença significativa nas frequências dos fenótipos entre os grupos GT e GC e também entre os fenótipos dentro de cada grupo. Os resultados da avaliação de risco mostraram que os indivíduos com o fenótipo FY(a+b+) têm cerca de quatro vezes mais chance (OR: 4,366) de desenvolver toxoplasmose ocular que o fenótipo Fy(a-b+) e aproximadamente seis vezes mais chance (OR: 6,578) que o fenótipo Fy(a-b-). A Fração Etiológica demonstrou que os indivíduos com o fenótipo Fy(a+b+) têm um risco adicional de cerca de 50 por cento (FE: 0,5031) de desenvolver a retinocoroidite toxoplásmica em relação à população de indivíduos Fy(a+b-). O estudo deonstrou ainda que a população de indivíduos com o fenótipo Fy(a+b+) tem um risco adicional de cerca de 46 por cento (FE: 0,4597) de desenvolver a toxoplasmose ocular em relação ao restante da população estudada. Conclusão: Estes resultados permitem concluir que o sistema sanguíneo de Duffy é um fator de risco para a toxoplasmose ocular, o que abre novas possibilidades de pesquisa em relação a esta doença.