RESUMO
O presente estudo visa comparar os fios de ácido poliglicólico e de poliglactina 910 em ileocistoplastia em cães. Utilizaram-se 24 cadelas, SRD (sem raça definida), adultas, pesando em média 15kg, divididos em dois grupos iguais, os quais foram submetidos a ileocistoplastia. No grupo A empregou-se o fio de poliglactina 910 e no B o fio de ácido poliglicólico. Os animais foram acompanhados até o 422 dia de pós-operatório, sendo que no 72, 142, 212, 282, 352 e 422 dois animais de cada grupo foram necropsiados para retirada da bexiga visando análise histopatológica da linha de sutura. Estipulou-se escores de O a 3 para reação inflamatória e absorção e de 1 a 3 para fibrose (cicatrização). Esses dados foram submetidos atratamento estatístico (teste x2 - Qui-quadrado) onde a = 0,05. Nos animais do grupo A, do 72 ao 422 dia observou-se reação inflamatória compatível com o período, enquanto os cães do grupo B, além da reação inflamatória, demonstravam também presença de supuração até o 352 dia (p<0,05). Os cães do grupo A apresentaram sinais progressivos de fibrose, a partir do 72 dia, enquanto os cães do grupo B só vieram a apresentar tais sinais após 21 dias. No 212 dia os cães do grupo B demonstraram sinais de início do processo de hidrólise, e no grupo A estes sinais só foram evidenciados no 282 dia. Os cães do grupo B apresentaram sinais de calcificação na linha de sutura a partir do 212 dia, fato não observado em todo período nos animais do grupo A. Houve diferença significativa entre os fios utilizados no grupo A e no grupo B, no que se refere a reação inflamatória, grau de fibrose e calcificação na linha de sutura, caracterizando o fio de poliglactina 910 como mais indicado para enterocistoplastia em cães