RESUMO
OBJETIVO: Estudar a avaliaçäo da maturidade fetal em gestaçöes de alto risco e analisar os resultados neonatais. MÉTODOS: Entre julho de 1998 e agosto de 1999 foram realizadas, no Setor de Vitalidade Fetal da Clínica Obstétrica do HC-FMUSP, 180 amniocenteses para avaliaçäo da maturidade fetal, sendo realizados os testes de Clements em três tubos e a contagem de células orangiófilas coradas com Azul de Nilo a 0,1 por cento. Os resultados perinatais foram correlacionados com a maturidade fetal em 75 casos cujo parto ocorreu até sete dias após a punçäo. RESULTADOS: Na macroscopia, 91 por cento das amostras apresentavam líquido amniótico claro, 3,3 por cento meconial e 5,6 por cento hemorrágico. A maturidade foi observada em 28 por cento dos exames realizados. Na avaliaçäo dos resultados perinatais, quando a maturidade estava ausente, a necessidade de intubaçäo do recém-nascido ocorreu em três casos (13 por cento) e nos fetos maduros isto ocorreu em um caso (2,5 por cento) (p<0,05). A necessidade de internaçäo em UTI neonatal ocorreu em 65 por cento dos recém-nascidos que apresentavam líquido imaturo e em apenas 10 por cento dos maduros (p<0,0001). CONCLUSÖES: Os recém-nascidos das gestantes com maturidade fetal presente apresentaram com menor freqüência necessidade de intubaçäo na sala de parto e de internaçäo em UTI neonatal, demonstrando menor morbidade perinatal. Entre a 29ª e a 32ª semana de gestaçäo, foram observados cerca de 10 por cento de fetos maduros, demonstrando que, quando necessário, a avaliaçäo da maturidade pode ser realizada neste período da gravidez. Näo observamos casos com maturidade fetal abaixo de 29 semanas, limitando a realizaçäo deste exame neste período