RESUMO
De acordo com vários estudos, os atletas paralímpicos tendem a ser retratados pelos veículos midiáticos ou como vítimas de suas deficiências e/ou como super-heróis/ supercrip. Diante disso, este artigo teve o objetivo de analisar a percepção de atletas e exatletas com deficiência visual sobre a forma com que eles são retratados pela mídia neste quesito. Realizamos uma pesquisa qualitativa, envolvendo entrevistas semiestruturadas e aprofundadas com cinco atletas e dois ex-atletas com deficiência visual. Verificamos que os entrevistados não se identificam como "coitadinhos" e não aprovam a vinculação da deficiência ao sofrimento. Verificamos também que não existe um consenso quanto à abordagem do super-herói/supercrip. Concluímos que a mídia não deve reproduzir uma perspectiva ou outra, pois estas não condizem com a realidade das pessoas com deficiência visual e tendem a perpetuar estigmas e preconceitos contra elas
According to several studies, Paralympic athletes tend to be portrayed by the media as victims of their impairments and/or as superheroes/supercrips. This article analyzes the perception of athletes and former athletes with visual impairment about how they are portrayed by the media. We conducted a qualitative study involving semistructured and in-depth interviews with five athletes and two former athletes with visual impairment. We found that respondents do not identify themselves as "poor things" and do not approve of relating disability to suffering. We also found that there is no consensus on the superhero/supercrip approach. Our conclusion is that the media should not reproduce one perspective or another because they do not match the reality of people with visual impairment and tend to perpetuate stigmas and prejudices against them
De acuerdo con varios estudios, los atletas paralímpicos tienden a ser retratados por los medios o como víctimas de sus deficiencias y/o como superhéroes/ supercrip. Frente a esto, este artículo tuvo el objetivo de analizar la percepción de atletas y exatletas con deficiencia visual sobre la forma en que son retratados por los medios. Realizamos una investigación cualitativa, consistente en entrevistas semiestructuradas y profundizadas con cinco atletas y dos exatletas con deficiencia visual. Constatamos que los entrevistados no se identifican como "pobrecitos" y no aprueban la vinculación de la deficiencia al sufrimiento. Constatamos también que no hay un consenso en cuanto al abordaje del superhéroe/supercrip. Concluimos que los medios no deben reproducir una perspectiva u otra, pues no condicen con la realidad de las personas con deficiencia visual y tienden a perpetuar estigmas y prejuicios contra las mismas