RESUMO
Um ensaio cego, randomizado e cruzado, foi feito em 30 pacientes com DPOC estável (VEF1/CVF médio = 42%). O estudo constou de três fases de tratamento de duas semanas cada, sem intervaalos. Os períodos de tratamento incluíram prednisona (40 mg/dia), dipropionato de beclometasona fornecido por um reservatório (600 microng/dia) e placebo, administrados ao acaso, além dos broncodilatadores. VEF1, CVF, FEF25-75% e reatividade brônquica (expressa pelo DP20 com carbacol) foram medidos antes e após cada fase do tratamento. O pico de fluxo expiratório (PFE) foi medido quatro vezes ao dia. A melhora subjetiva foi avaliada por um questionário. O PFE médio na segunda semana cpm a prednisona foi 208l/min, comparado a 187 l/min no período do placebo (p < 0,05). Os dados da espirometria e a DP20 permaneceram inalterados. Melhora subjetiva foi verificada com todos os tratamentos, em grau semelhante. A análise individual fo PFE seriado mostrou aumento significante (15% e 30 l/min) em oito de 30 pacientes durante o período de prednisona, e em três durante o uso de beclometasona. A variabilidade do PFE, medida durante o período do placebo, foi maior nos respondedores (DP/X = 10,1 ñ 7,2 x 2,80 ñ 2,30; p < 0,05). Os oito respondedores näo diferiram dos näo respondedores em relaçäo a funçäo pulmonar basal, resposta aos beta agonistas, contagem de eosinófilos no sangue e escarro, chiado, hiperreatividade brônquica e história de asma ou bronquite na infância. Este estudo mostra que uma proporçäo de pacietnes com DPOC melhora cim corticosteróide oral. O melhor parâmetro para avaliar a resposta é o PFE seriado. Pacientes com maior grau de variaçäo do PFE durante o período do placebo deveriam ser incluídos em tal ensaio. Na maioria dos pacientes respondedores ao corticosteróide, a beclometasona näo é um substituto adequado para os esteróides orais