RESUMO
O objetivo deste trabalho foi analisar a influência do estresse e da ansiedade nos hábitos alimentares de estudantes de nutrição durante a pandemia da COVID-19, identificando como esses transtornos mentais contribuíram no consumo de alguns alimentos específicos e associando com o período pandêmico. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, realizado durante o segundo semestre de 2021, utilizando estudantes de nutrição, de ambos os sexos e idade acima de 18 anos, sua coleta foi feita através do Google Forms e enviada via redes sociais (WhatsAppR). A amostra foi composta por 83 estudantes de nutrição, destes 96,4% (n=80) eram do sexo feminino e 39,8% (n=33) tinham idade entre 18 e 22 anos. Em relação aos hábitos alimentares, 75,9% (n=63) referiram alguma alteração em sua rotina alimentar, 83,1% (n=69) informaram um maior apetite ou vontade de consumir alimentos hipercalóricos e 81,9% (n=68) expuseram que o estresse ou ansiedade do isolamento social podem ter influenciado nas suas escolhas alimentares. Estes resultados são perfeitamente compreensíveis, diante do ambiente estressor e ansiolítico causado pelo isolamento social, mostrando que tais escolhas alimentares independem do nível de escolaridade ou mesmo do curso do indivíduo, mas sim de um conjunto de fatores. Da mesma forma, não se pode ignorar o fato de que muitos referiram dificuldade em relaxar, desânimo e melancolia durante o período pandêmico, condições essas, que favorecem o surgimento de outras doenças de cunho psicológico. Com isso o estresse e ansiedade foram identificados como possíveis influenciadores das escolhas alimentares dos estudantes avaliados.
The objective of this work was to analyze the influence of stress and anxiety on the eating habits of nutrition students during the COVID-19 pandemic, identifying how these mental disorders contributed to the consumption of some specific foods and associating them with the pandemic period. This is a quantitative, descriptive study, carried out during the second half of 2021, using nutrition students, of both sexes and aged over 18 years, and collection was done through Google Forms and sent via social networks (WhatsAppR). The sample consisted of 83 nutrition students, of which 96.4% (n=80) were female and 39.8% (n=33) were between 18 and 22 years old. Regarding eating habits, 75.9% (n=63) reported some change in their eating routine, 83.1% (n=69) reported a greater appetite or desire to consume high-calorie foods and 81.9% (n= 68) stated that the stress or anxiety of social isolation may have influenced their food choices. These results are perfectly understandable, given the stressful and anxiolytic environment caused by social isolation, showing that such food choices do not depend on the individual's level of education or even course, but on a set of factors. Likewise, one cannot ignore the fact that many reported difficulties in relaxing, discouragement and sadness during the pandemic period, conditions that favor the emergence of other diseases of a psychological nature. With that, stress and anxiety were identified as possible influencers of the food choices of the evaluated students.
RESUMO
Abstract Background: Stress is a state of threat to the balance of the organism, which can cause biological and psychological changes. In hypertensive patients, stress can interfere with blood pressure levels, influence on food choices and neglect of the diet. Objective: This study aims to describe the relationship between stress and dietary intake of hypertensive patients. Methods: A transversal study was carried out at the Arterial Hypertension Clinic of the Cardiology Institute of Rio Grande do Sul, Brazil. The participants were aged ≥ 18 years and hypertensive. Blood pressure, food consumption and anthropometric measurements were collected. The variables related to stress were evaluated by the Lipp's Stress Symptoms Inventory (LSSI) for adults. Significance level of 5% has been considered for all analyzed data. Results: The number of participants was 100. There was a higher prevalence of the female sex (67%), the mean age of the study population was 55.87 ± 12.55 years. Among the participants, 86% were classified in some of the stress phases, on which 57% were in the resistance phase. It was observed that there was no correlation between the presence of stress (as well as their actions), pressure levels and food consumption. The consumption of foods rich in lipids and individuals with a prevalence of psychological symptoms of stress displayed a significant association. Conclusions: Rich in fat dietary has been the first choice in patients with psychological symptoms of stress. Further studies regarding remodeled dietary intake and blood pressure levels in relation to the stress phases are suggested. These findings are important to contribute to the development of prevention and treatment strategies for cardiovascular diseases.
Resumo Fundamento: O estresse é um estado de ameaça ao equilíbrio do organismo, podendo causar alterações biológicas e psicológicas. No paciente hipertenso o estresse pode interferir nos níveis pressóricos e gerar influência nas escolhas alimentares e negligência da dieta. Objetivo: Este estudo tem como objetivo descrever a relação entre o estresse e consumo alimentar de pacientes hipertensos. Métodos: Estudo transversal, desenvolvido no Ambulatório de Hipertensão Arterial do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Participaram da pesquisa indivíduos hipertensos com idade > 18 anos. Foram coletados dados de pressão arterial, consumo alimentar e medidas antropométricas. As variáveis relacionadas ao estresse foram avaliadas pelo inventário de sintomas de stress para adultos de Lipp (ISSL). Em todas as análises foi considerando um nível de significância 5% (p < 0,05). Resultados: O número de participantes foi de 100. Houve maior prevalência no sexo feminino (67%), a idade média da população estudada foi 55,87 ± 12,55 anos. Dos participantes, 86% se classificaram em alguma das fases do estresse, sendo que destes, 57% estavam na fase de resistência. Observou-se que não houve correlação entre a presença de estresse (bem como suas fases), níveis pressóricos e consumo alimentar. O consumo de alimentos ricos em lipídios em hipertensos com sintomas de estresse apresentou significância estatística. Conclusão: Os alimentos ricos em gordura prevaleceram entre as escolhas alimentares nos pacientes com sintomas psicológicos de estresse. Sugere-se mais estudos em relação a alteração do consumo alimentar e níveis pressóricos em relação às fases do estresse.