RESUMO
Este trabalho tem a finalidade de analisar os fatores que podem estar implicados em maior índice de complicaçöes e mortalidade nos doentes geriátricos submetidos à intervençöes abdominais de emergência. Foram estudados setenta e nove doentes geriátricos (entre sessenta e noventa anos) com abdome agudo e submetido a cirurgia abdominal de emergência no Pronto Socorro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Säo Paulo no período de 1981 a 1985. Foram analisados comparativamentee em três grupos etários distintos os fatores que poderiam influênciar a mortalidade pós-operatória, tais como: tempo decorrido entre admissäo e a intervençäo cirúrgica, tipo de abdome agudo, duraçäo da cirurgia, presença de doenças associadas e reoperaçöes. A mortalidade global foi de 58.23%. Em relaçäo á etiologia do abdome agudo, houve uma incidência maior de abdome agudo näo traumático. A maior parte dos pacientes foi submetido a tratamento cirúrgico após seis horas de admissäo, retardo este que resultou em maior mortalidade destes doentes. Intervençöes cirúrgicas com duraçäo superior a três horas apresentaram uma mortalidade significativamentee maior. A presença de condiçöes mórbidas associadas elevou significativamente a mortalidade pós-operatória imediata. De todos esses dados, os autores concluíram que o de maior peso para a elevaçäo da mortlaidae é, sem dúvida, a necessidade de reoperaçäo. Concluímos que o paciente geriátrico suporta relativamentee bem uma cirurgia porém näo suas complicaçöes sendo aconselhável a realizaçäo de cirurgias eletivas, como correçäo de hérnias e reomoçäo de cálculos da vesícula biliar, para evitar uma potencial causa de procedimentos de emergência a que estas situaçöes podem levar, o que elevaria bastante a mortalidade