RESUMO
Objetivo: avaliar os casos de ceratocone, atendidos no serviço, entre janeiro de 1995 e dezembro de 1998, com relação à incidência, sexo e classificação. Correlacionar a ceratometria média com idade e tratamento instituído e, também, comparar a acuidade visual sem correção com aquela obtida com a melhor correção. Métodos: foram analisados, retrospectivamente, os prontuários de 8107 pacientes, tendo o diagnóstico de ceratocone sido feito através da biomicroscopia, ceratometria e topografia corneana. Estabeleceu-se uma classificação baseada na ceratometria média para comparar com o tratamento instituído, idade e sinais biomicroscópicos da doença presentes ao exame. A acuidade visual sem correção e a melhor acuidade visual corrigida também foram comparadas. Resultados: foram encontrados 54 pacientes com a doença, sendo 29 do sexo feminino e 25 do sexo masculino. A incidência foi de 1,27 por cento. A maioria da população estudada apresentava idade entre 20 e 39 anos e ceratometria média acima de 60.00D. Os sinais biomicroscópicos clássicos da doença foram encontrados em ceratometrias elevadas. O uso de lentes de contato foi indicado em 59,74 por cento dos casos e a ceratoplastia penetrante em 19,48 por cento. Houve melhora da acuidade visual com o tratamento instituído na maioria dos pacientes. Conclusões: o estudo confirmou ser o ceratocone uma doença de indivíduos jovens, onde os achados biomicroscópicos são mais freqüentes quanto maior a curvatura corneana. A indicação do uso de óculos ou lentes de contato como opção terapêutica foi superior a de ceratoplastia penetrante, já que são procedimentos não invasivos e de maior previsibilidade.