RESUMO
Foram descritos distúrbios neurológicos sutis após intoxicação por organofosforados. Estudos experimentais relataram necrose de neurônios, particularmente nos animais que apresentaram convulsões. O objetivo do presente trabalho foi investigar se ratos (que não tenham apresentado convulsões) expostos a um agente organofosforado, apresentaram alterações morfológicas em regiões específicas do cérebro. Os animais receberam 2.5 ou 5.0 mg/kg peso de metamidofos, uma vez por semana, por dois meses e foram decapitados dois meses e sete dias após a primeira administração da droga. Foi observada atrofia da camada molecular do córtex parietal sem perda neural em regiões específicas do cérebro. Isto pode ser devido a atrofia ou à perda de ramificações neurais mas sem perda de corpos neuronais.
Assuntos
Animais , Ratos , Compostos Organofosforados/toxicidade , Inibidores da Colinesterase , Neurotoxinas , Telencéfalo , AtrofiaRESUMO
Os organosfosforados säo um grupo de compostos químicos amplamente utilizados em agropecuária como inseticidas, ocasionando intoxicaçöes acidentais em animais e humanos, e mesmo sendo utilizados em tentativas de suicídio. A toxidade desses produtos decorre sobretudo de insuficiência cárdio-respiratória por comprometimento do sistema nervoso autônomo. Sabe-se que alguns destes compostos induzem em animais de experimentaçäo e em humanos, uma miopatia caracterizada por degeneraçäo de células musculares, comprometendo sobretudo a musculatura respiratória. Baseado no fato de que este comprometimento contribui para a piora da funçäo respiratória, propöe-se um protocolo de avaliaçäo rotineira de miotoxicidade por compostos organofosforados, através de uma bateria mínima e suficiente de colaboraçöes e reaçöes histoquímicas para quantificaçäo da necrose muscular. Utilizaram-se como modelo experimental, grupos de ratos albinos (Wistar) intoxicados com o organofosforado paraoxon, com e sem antídotos (atropina ou pralidoxima). Verificou-se nos grupos tratados com paraoxon e paraoxon mais atropina, necrose de fibras musculares no diafragma, que atingia em determinadas áreas até 15 por cento das fibras. No grupo tratado com paraoxon mais pralidoxima, a necrose foi mínima, evidenciando o papel mioprotetor deste último antídoto