RESUMO
O ferro é um componente essencial de todas as células vivas, uma vez que participa de diversas rotas metabólicas. Entre suas funções destacam-se o transporte de oxigênio, a fosforilação oxidativa em nível mitocondrial e a regulação gênica. Contudo, evidências experimentais demonstraram que níveis elevados de ferro podem se tornar tóxicos devido ao grande potencial oxidativo deste metal. Deste modo, a concentração de ferro no organismo deve ser precisamente regulada. Existe uma gama de desordens relacionadas com o metabolismo do ferro que afetam os humanos, entre as quais podem ser ressaltadas a anemia, a hemocromatose hereditária e, possivelmente doenças neurodegenerativas (e.g. Parkinson e Alzheimer). A elucidação da maneira com que o organismo regula o aporte e a compartimentalização do ferro é imprescindível para a identificação do papel deste metal nessas patologias, assim como o estabelecimento de tratamentos adequados. Nesta revisão, discutiremos os últimos progressos nos estudos a respeito do metabolismo do ferro, abordando sua absorção a partir da dieta, sua disponibilização no sistema nervoso central e sua relação com estresse oxidativo e doenças neurodegenerativas. Métodos: Revisão de artigos publicados em periódicos que estão disponíveis no banco de dados Medline.