RESUMO
OBJETIVO: conhecer a prevalência da clamídia e da gonorreia numa amostra de mulheres da cidade de Curitiba. MÉTODOS: estudo transversal com mulheres sexualmente ativas entre 16 e 23 anos, útero intacto, não gestantes, com até quatro parceiros sexuais, sem evidência de cervicite purulenta ou febre e que foram submetidas a exame pélvico e avaliadas pelo método PCR em amostra de urina para clamídia e gonorreia. Os critérios de exclusão foram: vacinação para o HPV, história de vacinação nos últimos 21 dias, citologia oncótica anterior anormal, história de verrugas genitais, esplenectomia, distúrbios imunológicos e uso de imunossupressores. Foi aplicada entrevista contendo dados sociodemográficos, gineco-obstétricos e de comportamento de risco para doença sexualmente transmissível. Para a análise estatística, utilizou-se o teste do c2 ou o teste exato de Fisher para avaliar a associação entre as variáveis. RESULTADOS: a prevalência da infecção por clamídia e gonorreia no grupo estudado foi de 10,7 e 1,5 por cento, respectivamente, sendo a taxa de coinfecção de 0,9 por cento. Não foi encontrada correlação entre as faixas de idade das voluntárias, a idade de início da atividade sexual, o número de parceiros sexuais e o número de novos parceiros sexuais nos últimos seis meses, com a presença de clamídia ou gonorreia. As mulheres que apresentavam corrimento ou ectrópio tiveram uma prevalência de infecção por clamídia duas vezes mais alta do que aquelas que não apresentavam esses sinais. CONCLUSÕES: os resultados foram similares aos estudos nacionais, utilizando PCR em amostra de urina para detecção de clamídia e gonorreia, com amostras de mulheres não gestantes nas mesmas faixas de idade e com os mesmos antecedentes. Por terem sido excluídas as voluntárias com mais de quatro parceiros sexuais e aquelas que apresentavam endocervicite purulenta, acredita-se que a prevalência da infecção pela clamídia e gonorreia poderia ter sido maior na população estudada.
PURPOSE: to determine the prevalence of Chlamydia and gonorrhea in a sample of women from Curitiba. METHODS: this was a cross-sectional study with a sample of sexually active non-pregnant women aged between 16 and 23 years-old, with an intact uterus, with up to four sexual partners, without evidence of fever or purulent cervicitis, submitted to pelvic examination and PCR-based urine- testing for Chlamydia and gonorrhea. Exclusion criteria included: vaccination for HPV, vaccination history for the past 21 days, previous abnormal cytology, history of genital warts, splenectomy, immune disorders, and use of immunosuppressive drugs. An interview regarding sociodemographic and obstetric data and gynecological risk behavior for sexual transmitted diseases was applied. For statistical analysis, we used the c2 or Fishers exact test to assess the association between variables. RESULTS: the prevalence of Chlamydia and gonorrhea infection in the study group was 10.7 and 1.5 percent, respectively, and the rate of coinfection was 0.9 percent. No correlation was found between the age range of the volunteers, the onset of sexual activity, the number of sexual partners and of new sexual partners in the last six months, and the presence of Chlamydia or gonorrhea. In women who had vaginal discharge or ectropion, the prevalence of Chlamydia infection was two times higher than in those without such signs. CONCLUSIONS: the results of this study were similar to national studies using PCR in urine samples for the detection of Chlamydia and gonorrhea in samples of non-pregnant women of the same age groups and with the same background. Since the volunteers with more than four sexual partners and those who had purulent endocervicitis were excluded, it is believed that the prevalence of Chlamydia and gonorrhea infection could have been greater in this population.
Assuntos
Feminino , Humanos , Adulto Jovem , Chlamydia trachomatis , Infecções por Chlamydia/epidemiologia , Gonorreia/epidemiologia , Comportamento Sexual/estatística & dados numéricos , Brasil , Prevalência , Saúde da População UrbanaRESUMO
Na América Latina e no Caribe vivem 518 milhões de pessoas, sendo 25 porcento na área rural. Os índios da Bolívia, Equador, Guatemala, México e Peru são 47 milhões, os que mais ficaram à margem dos serviços em anticoncepção. A urbanização varia desde 38 porcento (Guatemala) até 91 porcento (Uruguai). Entre 1990 e 2025 o aumento na população rural será de 50 milhões de pessoas. A prevalência de uso de anticoncepcionais chega a 77 porcento no Brasil e 32 porcento na Guatemala. Na Bolívia e no Peru 23 porcento da população usam contraceptivos tradicionais. O número ideal de filhos desejados por casal tem diminuído em toda a região. Entretanto, o acesso aos contraceptivos, em especial da população rural/indígena, é limitado; as necesidades insatisfeitas variam de 16 a 29 porcento nos países. Praticam-se desde dois até seis abortamentos por dez nascidos vivos, resultando em alta morbidade/mortalidade. A pílula anticoncepcional é o método mais conhecido e usado, com alto nível de satisfação das usuárias. Falhas e descontinuidade no uso podem ser altas por falta de orientação. Amigas/familiares e médicos/hospitais são as fontes mais comuns para informação. A drospirenona, usada na pílula combinada, graças aos seus efeitos antimineralocorticóides e anti-androgênicos, pode justificar que as mulheres continuem a usá-la