RESUMO
Introdução: O forame oval (FO) tem extrema importância na circulação fetal, pois conduz o sangue oxigenado proveniente da placenta diretamente ao átrio esquerdo. Frequentemente fetos de mães diabéticas(FMD) apresentam hipertrofia miocárdica(HM), com alterações na função diastólica ventricular esquerda, podendo acarretar modificações do fluxo pelo FO, com reflexo no índice de pulsatilidade. Objetivo: Testar a hipótese de que o fluxo pelo FO apresenta índice de pulsatilidade maior em FMD com HM do que em fetos sem HM de mães com ou sem diabetes. Métodos: Trata-se de um estudo transversal controlado comparando FMD com HM com FMD sem hipertrofia e fetos controles normais. Pacientes: 16 FMD com HM(grupo I), 36 FMD sem HM(grupo II) e 39 fetos controles normais(grupo III), A ecocardiografia fetal com Doppler foi realizada para obter o índice de pulsatilidade do forame oval(IPFO), através da razão velocidade sistólica-velocidade pré-sistólica/velocidade média. Foram utilizados ANOVA e teste das diferenças mínimas significativas, com alfa crítico de 0,05. Resultados: O IPFO médio foi de 4,07 mais ou menos 1,33 no grupo I, 2,28 mais ou menos 0,58 no grupo II e 2,78 mais ou menos 0,55 no grupo III. Houve diferença estatisticamente significante entre os grupos (p menor 0,001); os valores de IPFO do grupo I foram significativamente maiores dos que o do grupo II e III (p menor 0,001). Os valores do IPFO do grupo II não foram significativamente diferentes em relação ao grupo III (p igual 0,604). Conclusão: Fetos de mães diabéticas com hipertrofia miocárdica têm o índice de pulsatilidade do fluxo do forame oval maior do que os fetos sem hipertrofia miocárdica e fetos controles normais. Sugere-se que sua diferença ocorra por uma complacência diminuída do ventriculo esquerdo secundária à hipertrofia do septo interventricular.
Assuntos
Humanos , Feto/embriologia , Septos Cardíacos/crescimento & desenvolvimento , Diabetes Mellitus/diagnósticoRESUMO
OBJETIVO: Testar a hipótese de que a fração de encurtamento atrial esquerda seja menor nos fetos de mães diabéticas do que em fetos de mães sem doenças sistêmicas. MÉTODOS: Foram examinados, por ecocardiografia, 42 fetos de mães com diabetes prévio ou gestacional e 39 fetos normais de mães sem doença sistêmica (controles), com idades gestacionais a partir da 25ª semana até o termo. A fração de encurtamento atrial esquerda foi obtida pelo quociente diâmetro máximo do átrio esquerdo (AE) - diâmetro mínimo AE/diâmetro máximo AE. Os dados foram comparados pelo teste t de Student, com um alfa crítico de 0,05. RESULTADOS: Os filhos de mães diabéticas apresentaram fração de encurtamento atrial esquerda média de 0,39 ± 0,15 e os fetos do grupo controle de 0,51 ± 0,11. Esta diferença foi significativa, com p < 0,001. CONCLUSÃO: A dinâmica atrial esquerda, com diminuição do seu encurtamento global, está acentuada nos filhos de mães diabéticas. Especulamos que este parâmetro possa ser útil na avaliação da função diastólica ventricular esquerda fetal.
Assuntos
Humanos , Gravidez , Feminino , Átrios do Coração/fisiopatologia , Coração Fetal/fisiopatologia , Diabetes Gestacional , Disfunção Ventricular Esquerda/fisiopatologia , Ecocardiografia Doppler , Gravidez em Diabéticas , Átrios do Coração , Coração Fetal , Disfunção Ventricular Esquerda , Doenças Fetais/fisiopatologia , Doenças Fetais , Idade Gestacional , Ultrassonografia Pré-NatalRESUMO
OBJETIVO: Testar a hipótese de que o índice de pulsatilidade do ducto venoso (IPDV) é maior nos fetos de mães diabéticas (FMD) com hipertrofia miocárdica (HM) do que em FMD sem HM e em fetos controles de mães não diabéticas (FMND) comparando os resultados com os picos de velocidade dos fluxos diastólicos nas valvas mitral e tricúspide. MÉTODOS: Estudo transversal incluindo fetos com idade gestacional entre 20 semanas até o termo, divididos em 3 grupos: 56 FMD com HM (grupo I), 36 FMD sem HM (grupo II) e 53 FMND (grupo III, controle). O Doppler-ecocardiograma avaliou o IPDV através da razão (velocidade sistólica - velocidade pré-sistólica)/velocidade média. As ondas E e A dos fluxos mitral e tricúspide foram também avaliadas. RESULTADOS: A média do IPDV no grupo I foi de 1,13 ± 0,64, no grupo II, de 0,84 ± 0,38 e no grupo III de 0,61±0,17. Aplicando-se a ANOVA e o teste de Tukey, houve diferença estatisticamente significativa entre os 3 grupos (p= 0,015 entre os grupos I e II, p < 0,001 entre os grupos I e III e p = 0,017 entre os grupos II e III). A média da onda E mitral foi significativamente maior no grupo I (0,39 ± 0,12 m/s) do que nos grupos II (0,32 ± 0,08 m/s) (p=0,024) e III (0,32 ± 0,08 m/s) (p=0,023). A média da onda E tricúspide foi também maior no grupo I (0,43 ± 0,1 m/s) do que no grupo III (0,35 ± 0,10 m/s) (p= 0,031). CONCLUSAO: O IPDV é significativamente maior em FMD com HM do que em FMD sem HM e do que em FMND. Como o IPDV pode representar modificações na complacência ventricular, este índice pode ser um parâmetro mais sensível para a avaliação da função diastólica fetal.
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Cardiomiopatia Hipertrófica/embriologia , Canal Arterial/fisiologia , Doenças Fetais/diagnóstico , Feto/irrigação sanguínea , Gravidez em Diabéticas , Fluxo Pulsátil , Velocidade do Fluxo Sanguíneo , Estudos Transversais , Cardiomiopatia Hipertrófica/diagnóstico , Ecocardiografia Doppler , Valva Mitral/fisiopatologia , Valva Tricúspide/fisiopatologiaRESUMO
OBJECTIVE: To verify the hypothesis that the pulmonary vein pulsatility index is higher in fetuses of diabetic mothers than it is in normal fetuses of nondiabetic mothers. METHODS: Twenty-four fetuses of mothers with either gestational or previous diabetes (cases), and 25 normal fetuses of mothers without systemic disease (control) were examined. Fetuses were examined through prenatal Doppler and color flow mapping. The pulmonary vein pulsatility index was obtained by placing the pulsed Doppler sample volume over the right superior pulmonary vein and applying the formula (systolic velocity - presystolic velocity)/mean velocity. RESULTS: The mean gestational age of the study fetuses was 30.3±2.7 weeks, and gestational age of the controls was 29±3.3 weeks, with no significant difference in gestational age between groups (p=0.14). Fetuses of diabetic mothers had a mean pulmonary vein pulsatility index of 1.6±1, and those of the control group had an index of 0.86±0.27. CONCLUSION: Fetuses of diabetic mothers had pulmonary vein pulsatility indexes (parameter easily obtained through Doppler echocardiography that may be related to fetal diastolic function) higher than those in fetuses of mothers with normal glycemia