RESUMO
Introdução: Surtos de asma, por poeira da soja, têm sido relatados, havendo casos fatais. Objetivo: Correlacionar exposição, sensibilização e alergia respiratória à soja, no Brasil. Métodos: Quinhentos e noventa voluntários foram subme¬tidos a testes de puntura e dosagem de IgE específica à soja. Resultados: Operários da indústria apresentaram 15% de sensibilização à soja, caminhoneiros 22%, moradores no entorno da indústria 22% enquanto aqueles que residem distantes 6%. Na região agrícola distante das plantações 13% e em meio à soja 28% com 5% de sensibilizados somente à soja. O percentual de IgE positivas para soja foi 16%. Houve marcante sensibilização aos fungos. Conclusão: A prevalência de sensibilização à soja demonstra o impacto desse tipo de poluição. A sensibilização aos fungos que colonizam a soja estocada não deve ser subestimada.
Assuntos
Humanos , Hipersensibilidade Alimentar , Fungos , Doenças do Sistema Imunitário , Imunização , Pneumoconiose , Doenças Respiratórias , Glycine max , Imunoglobulina E , Métodos , PrevalênciaRESUMO
Objetivos: Na indústria citrícola, a casca e o bagaçoda laranja são prensados, macerados e desidratados em um forno a 800ºC, convertendo-se em grãos denominados péletes. Observamos que o seu manuseio parecia estar relacionado com alergia respiratória, o que suscitou essa pesquisa com o objetivo de determinar a prevalência desses sintomas na amostra estudada e esclarecer a natureza do(s) alérgeno(s) envolvido(s). Métodos: Estudo realizado na indústria e pátios de caminhões onde foram coletadas amostras de péletes e foram isolados fungos segundo técnicas micológicas padronizadas. Operários e caminhoneiros (n=56) foram submetidos a questionário, testes cutâneos de leitura imediata (extratos Alk-Abelló) e coleta de sangue (dosagem de IgE específica por quimioluminescência). Resultados: Em 57 amostras de péletes, 86 per cent apresentavam crescimento de fungos, predominantemente dos gêneros: Cladosporium, Rhizopus, Aspergillus, Trichoderma e Penicillium. Encontrou-se 35,7 per cent de sintomáticos respiratórios.A positividade de testes cutâneospara fungos (38,5 per cent), entre a população de caminhoneiros sintomáticos foi significativa (p<0,015).As dosagens de IgE específicas corroboraram as evidênciasclínicas, uma vez que 92,3 per cent dos soros testados de caminhoneiros com sintomas respiratórios de alergia foram positivos para fungos, contrapondo-se aos grupos controles cuja positividade foi de 7,4 per cent (p< 0,001). Conclusões: Caminhoneiros expostos a aerodispersíveis provenientes de péletes da laranja podem desenvolver alergia respiratória por mecanismo de hipersensibilidade tipo I, induzida por fungos, que contaminam este material.