RESUMO
O método de embolizaçäo arterial transcateter que foi inicialmente utilizado para o tratamento de hemorragia maciça secundária a trauma pélvico é hoje usado para controle de hemorragia pélvica de diversas causas, sendo neoplasia de bexiga/neoplasias ginecológicas e seqüelas pós-radioterapia de órgäos pélvicos as mais freqüentes. Em muitas ocasiöes torna-se a única opçäo para pacientes que näo têm condiçöes cirúrgicas e que apresentam hemorragia pélvica incontrolável clinicamente. O presente estudo baseia-se na revisäo dos casos de hemorragia pélvica tratados no serviço, através de embolizaçäo arterial transcateter, no período de março de 1977 a abril de 1985. Foram levantados 30 casos, sendo que a causa mais freqüente de hemorragia pélvica foi neoplasia de bexica em 19 pacientes. Desde 19, 11 apresentavam cistite actínica. Quatro tiveram hemorragia pós-prostatectomia, quatro pacientes sangraram por tumores uterinos e um por tumor de próstata. Houve um sangramento pós-histerctomia via vaginal e outro caso de sangramento puerperal. Obteve-se controle imediato da hemorragia em 28 dos 30 pacientes. Um paciente voltou a sangrar, porém näo foi possível sua reembolizaçäo devido à oclusäo proximal das artérias hipogástricas com molas de Gianturco no primeiro procedimento. Em outro paciente optou-se pela näo embolizaçäo, uma vez que foram identificadas artérias radículo-medulares conectadas à circulaçäo das hipogástricas, o que poderia eventualmente levar a complicaçöes neurológicas se realizada a embolizaçäo; este paciente continuou sangrando. Näo houve complicaçöes sérias ou permanentes em nenhum dos casos, embora tenham ocorrido complicaçöes menores em três casos