RESUMO
RESUMO: A esquistossomose mansônica é um problema médico-social no Nordeste do Brasil. É preocupante o número de portadores da forma hepatoesplênica, que apresenta como fator de morbidade a hipertensão porta, ocasionando episódios de sangramento digestivo alto. A densitometria óssea tem sido usada para a avaliação da osteoporose de humanos. Foram avaliadas histomorfometricamente as repercussões da esquistossomose no fêmur de camundongos infectados com Schistosoma mansoni. O estudo foi feito em cortes transversais dos fêmures. Foi realizada análise microscópica, discriminando-se o as alterações histopatológicas e histomorfométricas levando-se em consideração as alterações das áreas de osso e das áreas de trabéculas, antes e após 100 dias da infestação. As áreas foram medidas por planimetria. Utilizou-se o teste t de Student para avaliação de diferenças entre médias. As médias das áreas trabecular e óssea foram mais elevadas no grupo infectado, todavia, a diferença foi significante apenas para a área óssea (p<0,05). A explicação para este achado é a evidente reorganização na arquitetura óssea dos fêmures dos camundongos infectados; caracterizada pela presença de atividade osteoblástica com redirecionamento celular ao redor das trabéculas ósseas, visualizada em todas as lâminas destes animais. Isto sugere reparação óssea na área medular. A ausência de atividade anormal dos osteoclastos nas lâminas dos animais infectados demonstra que o mecanismo de desmineralização óssea não é induzido pela osteoporose clássica, ficando indefinido o mecanismo de remodelação óssea, uma vez que o mecanismo conhecido está diretamente relacionado à presença de osteoclastos na área afetada