RESUMO
Este trabalho trata do conceito lacaniano de fantasia fundamental como um operador clínico e conceitual que toca a relação do sujeito com o objeto. Retoma a passagem freudiana de uma temporalidade cronológica para uma temporalidade lógica e topológica, na qual o infantil é tratado como o lugar da Outra cena inconsciente. Apresenta a subversão operada por Lacan sobretudo a partir da invenção do objeto a e demonstra como, no seminário A lógica da fantasia, o debate sobre a realidade ou não da cena primária do Homem dos Lobos é retomada no plano da discussão sobre a verdade e a montagem fantasmática. A partir dessas articulações, desenvolve a idéia da fantasia como a escrita do impossível, ou seja, daquilo que resta do encontro do vivo com o significante que só pode ser construído no percurso de uma análise.
Assuntos
Fantasia , Psicanálise , Transtornos NeuróticosRESUMO
Este artigo apresenta a especificidade do conceito de transmissão na Psicanálise, sobretudo a partir da proposição de Jacques Lacan segundo a qual "o inconsciente é estruturado como uma linguagem". Desenvolve a idéia apresentada por esse autor, nos anos cinqüenta, de que a constituição subjetiva humana resulta de uma experiência de transmissão da lei simbólica através da mediação paterna, o que se desdobrará nos conceitos de Metáfora paterna e Nome-do-Pai. Analisa as conseqüências teórico-clínicas promovidas pelo conceito de objeto a para a questão da transmissão, sobretudo no que diz respeito ao gozo fora da linguagem e à montagem fantasmática. Aponta ainda para o avanço significativo que O Seminário - O Avesso da Psicanálise oferece no que se refere àquilo que se transmite para além do simbólico, a partir da articulação da noção conceitual de discurso sem palavras e da impotência do saber em abarcar toda a verdade. Finalmente, propõe que a idéia de "potência de criação" substitui aquela de "pai potente" dos anos cinqüenta, revelando desdobramentos clínicos para o debate sobre o final de uma análise