RESUMO
Evidências clínicas e experimentais apontam para a inter-relação entre resistência insulínica e hipertensão arterial, talvez mediada por mecanismos intracelulares de sinalização da angiotensina e do sistema pós-receptor da insulina. Drogas anti-hipertensivas podem modular a resistência insulínica em pacientes com e sem diabetes melito. Drogas capazes de reduzir a resistência insulínica no diabetes melito parecem ser também capazes de modificar respostas pressóricas nesses pacientes. As associações entre síndrome plurimetabólica e hipertensão arterial sistêmica podem ter implicações para a escolha da terapia farmacológica da hipertensão em pacientes com diabetes melito.
Assuntos
Humanos , Diabetes Mellitus , Hipertensão/terapia , Insulina , ObesidadeRESUMO
Os benefícios do tratamento anti-hipertensivo, observados em pacientes não-diabéticos em termos de prevenção de desfechos mórbidos e fatais, têm maior magnitude em pacientes com diabetes melito. Diversos estudos demonstraram que a redução mais agressiva da pressão arterial em pacientes com diabetes diminui a progressão de nefropatia diabética em pacientes com proteinúria. Dois ensaios clínicos completos compararam diferentes intensidades de tratamento, a menos de 80 mmHg e a menos de 150/85 mmHg, sobre a incidência de desfechos clínicos em pacientes com diabetes, demonstrando redução clinicamente relevante naquela incidência. As diretrizes de tratamento anti-hipertensivo reafirmam essa conduta, indicando tratamento anti-hipertensivo medicamentoso em pacientes diabéticos com pressão arterial superior a 130/85 mmHg.