RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi avaliar alterações do esmalte adjacente a restaurações com materiais liberadores de flúor, realizadas em dentes bovinos, expostos ao S. mutans. Após selecionados 100 dentes bovinos, cuja raiz foi seccionada e selada com resina composta, realizou-se preparos tipo classe V no terço médio da face vestibular dos dentes, para serem restaurados com os seguintes materiais: SureFil - Dentsply; Ariston - Vivadent; Heliomolar - Vivadent; Vitremer - 3M. Para se confeccionar os corpos-de-prova, as raízes foram embutidas em resina acrílica, e as áreas de teste demarcadas a 2 mm adjacentes às restaurações. O restante da área foi pintado com esmalte de unhas. Os corpos-de-prova foram acondicioandos em recipientes de poliuretano, lacrados e submetidos a radiação gama cobalto 60 (Embrarad - SP). A seguir foram imersos no meio de cultura de Gibbons e Nygaard, contendo semeadura de S. mutans CCT 1910 (ATCC - 25668) durante sete e 15 dias. Posteriormente, foram removidos, desinfectados e submetidos a corte longitudinal no sentido vestíbulo-lingual, com 1 mmm de espessura, em cortadeira - Labcut 1010 - Extec. Os cortes foram analisados em microscópio de luz polarizada - Jena Med, e atribuídos escores 0,1 e 2, conforme as alterações da superfície do esmalte. Os dados obtidos foram submetidos ao teste estatístico Kruskal-Wallis (5%). Concluiu-se que nenhum material restaurador empregado foi capaz de impedir alterações no esmalte adjacente às restaurações, em presença do S. mutans; as condições experimentais e controle não apresentaram diferenças estatisticamente significantes frente ao S. mutans, quanto ao grau de alteração do esmalte, nos dois períodos de avaliação