RESUMO
A gravidez precoce constitui problema social importante e atual. Em 1990, a proporção de bebês filhos de mães adolescentes era de 16,3 por cento do total de nascidos vivos, enquanto, em 2000, essa proporção subiu para 21,3 por cento. O comportamento exploratório da adolescente envolve riscos que podem gerar estresse e insegurança. Nesse contexto, o suporte dos pais é essencial para a adolescente estabelecer relacionamentos saudáveis com os pares. Analisar as correlações existentes entre as práticas parentais educativas e a gravidez na adolescência. Participaram do estudo 128 adolescentes, sendo 35 gestantes e 93 não gestants (44 estudantes de escola pública e 49 por cento de escola particular), com idade variando entre 13 e 18 anos. As práticas parentais foram analisadas por meio do Inventário de Estilos Parentais - IEP (Gomide, 2006), aplicados individualmente a gestantes e coletivamente a não gestantes. Em média, o índice de Estilo Parental é menor nas adolescentes gestantes do que nas não gestantes, tanto para mães como para pais. O abuso físico, a negligência, a disciplina relaxada materna e a punição inconsciente paterna foram as práticas educativas negativas mais acentuadas entre os pais das gestantes. Também se verificaram menores índices de estilo parental nas adolescentes não gestantes de escola pública quando comparadas com as de escola particular, sugerindo a influência de condições socioeconômicas desfavoráveis na educação parental. O IEP entre as gestantes é em média mais baixo do que entre as não gestantes. As práticas paternas que mostraram estar mais relacionadas à gravidez precoce são a falta de monitoria positiva e a alta incidência de punição inconsistente, negligência e abuso físico. Com relação às práticas maternas, destaca-se o alto índice de disciplina relaxada e o abuso físico